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Com expectativa de alta nos juros, dólar cai para R$ 5,36

Por Folha de São Paulo

05/05/2021 18h38 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar teve forte queda nesta quarta-feira (5), com investidores à espera de um comunicado do Banco Central mais duro com a inflação.

Após o fechamento do mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou a alta da Selic, a taxa básica de juros, para 3,50% ao ano, em linha com o esperado por analistas.

Juros mais altos fortalecem o real por meio do carry trade, prática de investimento em que o ganho está na diferença do câmbio e do juros. Nela, o investidor toma dinheiro a uma taxa de juros menor em um país, no caso, os EUA, para aplicá-lo em outro, com outra moeda, onde o juro é maior, como o Brasil.

Em reflexo, a moeda americana caiu 1,21% no pregão, a R$ 5,3640. O dólar turismo está a R$ 5,5200.

"Com a Selic chegando a 4% em junho, já ficaria acima da taxa básica de alguns países pares do Brasil e em linha com a do México. Como a perspectiva é de continuidade do ciclo, isso já ajuda o real", disse Sérgio Goldenstein, consultor independente da Ohmresearch Independent Insights.

No comunicado, o Copom sinalizou uma nova alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, o que levaria a Selic a 4,25%.

Contratos futuros de real já embutem taxa de juros perto de 4,5%, muito similar ao retorno atrelado a derivativos de igual vencimento para o peso mexicano, apesar de o juro básico mexicano (4%) ser consideravelmente maior que o brasileiro.

André Nogueira Fontenelle, responsável pelos fundos multimercados macro da Bradesco Asset Management (Bram), avalia que o status do real como financiador de operações de arbitragem com taxas de juros acabou.

Essa condição, causada pelo juro baixo, transformou a moeda brasileira em alvo fácil de operações de hedge (proteção cambial) para aplicações em outros mercados —estratégia que, por representar venda de reais (compra de dólar), intensificou a pressão sobre a taxa de câmbio.

Já o Ibovespa fechou nesta quarta em alta de 1,57%, a 119.564,44 pontos, com forte desempenho de Petrobras e da Gerdau, que valorizou-se 5,51% após resultado trimestral robusto, com lucro de R$ 2,5 bilhões, e perspectivas otimistas.

As ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras subiram 4,11%, praticamente zerando as perdas dos últimos quatro pregões, mesmo com a piora do petróleo no exterior, apesar da queda dos estoques nos Estados Unidos.

A companhia reabriu licitação para venda de seu polo marítimo de petróleo Golfinho, segundo a agência de notícias Reuters. Além disso, o conselho de administração da empresa negou pedido de convocação de assembleia extraordinária para reconstituição do colegiado.

Em recuperação da forte queda na véspera, o papel do Itaú subiu 2,85%.

Já a Braskem valorizou-se 5,02% antes da divulgação do seu balanço, na noite desta quarta.

Em sua estreia na B3, a PetroReconcavo, uma das principais operadoras de campos maduros em terra no Brasil, avançou 5,83%. A empresa levantou cerca de R$ 1 bilhão em seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) precificada na segunda (3). O preço da ação no IPO, o 24º neste ano, foi definido em R$ 14,75 , abaixo da faixa estimativa original, de R$ 15,50 a R$ 19,50.


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