O achado de uma cabeça decapitada de aproximadamente 5.600 anos parece finalmente ter começado a ser esclarecido, 6 anos após a descoberta.

Em 2015, o resto de um esqueleto, cujo fóssil estava decapitado e depositado ao norte da Itália, na caverna Marcel Loubens, deixou muitos arqueólogos intrigados.

Em março de 2021, um novo estudo trouxe uma explicação que parece capaz de revelar a incógnita de uma vez por todas. A pesquisa foi divulgada pela revista científica Plos One e ganhou repercussão em portais como o Live Science.

Sob a liderança da arqueóloga Maria Giovanna Belcastro, da Universidade de Bolonha, a pesquisa realizou uma tomografia computadorizada que definiu características básicas do crânio.

De acordo com o artigo, a cabeça do esqueleto pertencia a uma mulher que morreu entre 24 e 35 anos, há cerca de 5.600 anos. O exame foi crucial para distinguir quais feridas humanas estavam presentes no fóssil e quais foram resultado da natureza e do tempo.

Pelos resultados, “o cadáver — ou cabeça — de uma jovem do início do Eneolítico foi provavelmente manipulado e desmembrado em um contexto funerário ou ritual”.

Os estudiosos fundamentam a teoria de um ritual pelas lesões no crânio, que sugerem que depois de morta, a falecida passou por um corte e raspagem dos tecidos moles.

Agora quanto à decapitação, as teorias são divergentes entre os arqueólogos. Isso porque é intrigante o fato de um crânio humano isolado ser encontrado na caverna de gesso natural, no topo de um poço vertical, alcançado por uma escalada técnica artificial de 12 metros.

QUESTIONAMENTOS

Entre as principais perguntas estão a de como o crânio fora parar ali e o que houve com o resto do esqueleto? A que povo pertencia?

Saber de quem e de como chegou lá são perguntas ainda sem respostas e como não há qualquer evidência de provas, as investigações continuam inconclusivas.

Alguns estudiosos sugerem que a mulher foi enterrada normalmente, mas anos depois, a natureza mudou seu destino final, levando-se em conta os fenômenos naturais.

As hipóteses sugerem que a água e a lama foram arrastando o corpo da morta para a caverna da Itália em uma “viagem longa e acidentada”. Para reforçar essa tese, indica-se a posição do crânio na gruta, que parece ter, acidentalmente, ido parar ali, num ambiente considerado hostil e de difícil acesso.

Mesmo sem poder afirmar com certeza essa teoria, a pesquisa mudou a concepção do caso e foi a mais impactante desde o ano da descoberta.