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Governo promove o primeiro casamento coletivo do Sistema Prisional

Por Portal Do Holanda

08/04/2016 13h56 — em
Amazonas



Noivas ansiosas e noivos nervosos. O Governo do Estado do Amazonas realizou nesta quinta-feira (07), o 1º Casamento Coletivo de 2016, na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). À frente do evento, estava a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), o Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), a Umanizzare Gestão Prisional, a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) e o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). Dezoito casais tiveram a oportunidade de dizer o tão esperado sim.

A cerimônia contou com a presença do secretário executivo adjunto da Seap, major da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Klinger Paiva, representando o secretário Pedro Florêncio; a secretária da Sejus, Graça Prola, o juiz da 4ª Vara de Família do Tjam, Luiz Cláudio Chaves e o pastor da SBB, Adriano Casanova. Para Klinger Paiva, a união dos casais é um ato de amor verdadeiro. “É muito gratificante participar de um momento como esse, e ser testemunha do amor que as noivas têm pelos seus companheiros. Esperamos que esse amor seja o motivo pelo qual elas venham para a unidade, nas visitas e em todos os momentos enquanto seus maridos permanecem encarcerados e que esse mesmo sentimento seja a motivação para que os internos, depois de cumprirem suas penas, saiam da unidade transformados. Esse é o principal objetivo do Governo do Estado do Amazonas em promover este momento”, disse o secretário executivo adjunto durante a cerimônia. 

Entre as noivas o clima era de felicidade e ansiedade. Todas passaram por um momento de preparação, que iniciou às 11h de ontem, na UPP. Profissionais do Cetam proporcionaram um dia de beleza com cuidados com os cabelos e a maquiagem das noivas. Enquanto se arrumava, Elisangela Lima da Silva contava do seu grande sonho de ter um casamento. “Eu sempre esperei casar, e hoje estou realizando esse desejo. Espero ser muito feliz nesta nova etapa da minha vida, apesar de muitos serem contra, mas consigo ter essa vitória e aguardo por uma vida ao lado do meu companheiro”.

A Sejusc, grande parceira da Seap na realização dos casamentos coletivos do sistema prisional, providenciou toda a documentação necessária ao cartório para que os 18 casais pudessem oficializar suas uniões, além de contribuir com as alianças de tucumã e o material fotográfico que foi disponibilizado em porta-retratos aos recém-casados e seus respectivos convidados. A secretária Graça Prola relata toda a emoção que envolve a secretaria por apoiar e incentivar esse momento importante na vida dos casais. “A grande maioria das mulheres vai viver a lua de mel, o que é muito tradicional, depois os casais voltam a viver suas realidades. Mas, a partir de hoje, através do Governo do Estado do Amazonas, são considerados casados, agora, como instrumento de ressocialização, reconhecendo a força e importância da família”.

Os homens dos 18 casais eram do regime provisório e semiaberto do Sistema Penitenciário do Amazonas: 16 são da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) e dois são do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), do regime semiaberto. Entre os novos casados, Fernanda Ferreira Ramos e Ramerson Albuquerque de Oliveira formam o único casal em que ambos são do sistema prisional. Ela é da Unidade Prisional Semiaberto Feminino (UPSF) e ele da UPP, e após 14 anos de união estável deram mais um passo no relacionamento. “Estamos muito felizes com todo o apoio e ajuda que tivemos com as alianças, a cerimônia, o buffet. Agora teremos uma nova vida, é um recomeço para nós dois e para a família que construímos ao longo desses anos”, explicou Fernanda.

Com a aproximação das datas marcadas para mais dois novos casamentos coletivos no Sistema Prisional, o Poder Judiciário, através do Tjam, continuará apoiando o projeto. O juiz Luiz Cláudio Chaves acredita que ações como essa humanizam as pessoas encarceradas. “É um privilégio participar dos casamentos coletivos. É preciso contribuir para a reintegração dos internos, porque já é fato que os detentos que se ressocializam o fazem com o apoio do Estado, das famílias e das igrejas”, disse.

Além da parte civil, o casamento contou com a parte religiosa, que conciliou o momento da distribuição das alianças com as palavras do pastor Adriano Casanova, da SBB, que presenteou todos os casais com uma Bíblia. “O casamento é um momento ímpar e único, e acredito que foi um momento acertado pelos noivos, especialmente pela situação em que eles se encontram. O valor da família deve ser exaltado, ainda mais nos dias de hoje em que vivemos em uma sociedade de valores invertidos”, considerou. 

 

 


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