Doutor Bumbum assustou paciente ao prever câncer
RIO - Denis Furtado, conhecido como doutor Bumbum, que foi preso na semana passada, dias depois de realizar um procedimento estético que terminou com a morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, também realizava tratamentos clínicos sem comprovação científica, cobrando preços altos e submetendo pacientes a constrangimentos.
O GLOBO localizou uma delas, uma mulher de 27 anos que pediu anonimato. Ela conta que ficou traumatizada e precisou procurar um psiquiatra depois de três consultas no apartamento do médico, na Barra da Tijuca. Em uma delas, ele teria afirmado que a paciente iria desenvolver um câncer.
A jovem afirmou ter recebido de Denis receitas de mais de 20 medicamentos, todos fabricados pelo laboratório Essencial Farmácia de Manipulação, do qual ele seria sócio, segundo ela. Na primeira consulta, o médico submeteu-a a um tratamento conhecido como Termografia, que usa raios infravermelhos para medir a temperatura de cada região do corpo.
O segundo método foi o ES Complex, que analisa, através de luz, ondas vasculares e a variação da frequência cardíaca do paciente para, no fim, avaliar o sistema nervoso. Ao encerrar o exame, Denis decretou que a jovem desenvolveria câncer no esôfago. Segundo Nelson Nahon, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), os tratamentos que Denis aplicou não têm comprovação científica.
ASSUNTOS: câncer, Dr. Bumbum, pacientes, Policial