Vítimas de tráfico humano há 3 meses, brasileiros conseguem fugir de cativeiro em Mianmar
OS brasileiros Luckas Viana dos Santos, 31, e Phelipe de Moura Ferreira, 26, vítimas de tráfico humano, foram resgatados no último fim de semana em Mianmar.
Segundo as vítimas, elas e outros estrangeiros foram feitos reféns por mais de três meses, por um grupo de criminosos após aceitarem uma proposta de emprego na Tailândia.
Nesse período, eles foram mantidos em uma fábrica em Myawaddy, onde eram torturados e obrigados a trabalhar cerca de 15 horas por dia. O trabalho consistia em aplicar golpes por meio de canais digitais em pessoas de diversos lugares do mundo.
No último sábado (8), Phelipe conseguiu entrar em contato com o pai, Antonio Carlos Ferreira, e avisou que eles tentariam fugir. Ele pediu que o pai avisasse a polícia e que as autoridades os aguardassem do outro lado do rio.
Contudo, os brasileiros foram resgatados pelo DKBA (Exército Democrático Karen Budista), um grupo de rebeldes que habita em Mianmar. Além dos brasileiros, dezenas de outros reféns também conseguiram escapar e aguardam serem transferidos para a Tailândia,
A The Exodus Road, uma ONG internacional de combate ao tráfico é quem está negociando o acordo de transferência. Em entrevista ao Uol, o pai de Phelipe fez críticas à embaixada brasileira e disse que a mesma não se mobilizou para salvar o filho do poder de criminosos.
“O mérito do resgate foi todo da ONG [Exodus]. A embaixada [brasileira] só ficou aguardando a boa vontade das autoridades de Mianmar, que não iam fazer nada. Já sabiam onde eles estavam e tinham que ter pressionado mais, mas não fizeram nada. Quem pressionou foi a ONG”, disse.
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