STF retoma julgamento de militares envolvidos na trama golpista
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quarta-feira (12) o julgamento do núcleo 3 no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A sessão teve início com as sustentações orais das defesas de quatro réus, e o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, deve em seguida proferir seu voto sobre a condenação ou absolvição dos militares envolvidos.
Na sessão anterior, realizada na terça-feira (11), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a condenação de todos os acusados, apontando crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração do patrimônio público. Apenas Ronald Ferreira de Araújo teve o pedido de condenação reduzido, por não haver provas de sua participação direta nos atos violentos, sendo acusado apenas de incitação ao crime.
O núcleo 3 é formado por militares e agentes que, segundo a PGR, atuaram em diversas frentes para pressionar o Exército e o governo, planejar ações estratégicas e disseminar informações falsas visando à ruptura democrática. Entre eles estão coronéis, tenentes-coronéis e até um agente da Polícia Federal, acusados de organizar reuniões, produzir documentos estratégicos e coordenar operações que incluíam monitoramento de autoridades e planos de violência.
O julgamento é acompanhado de perto pela sociedade, devido à gravidade das acusações e ao impacto potencial nas instituições brasileiras. Defesas e acusação apresentam argumentos nesta quarta-feira, enquanto o STF busca definir responsabilidades e aplicar medidas legais aos envolvidos, reforçando o compromisso da Corte com a preservação do Estado Democrático de Direito.
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