Senadores querem que PGR apure declarações do Ministro da Justiça
BRASÍLIA - Os deputados petistas Paulo Teixeira (SP) e Paulo Pimenta (RS) protocolaram nesta segunda-feira um requerimento à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara pedindo a convocação do ministro da Justiça, Alexandre Moraes. Eles querem que o ministro explique sobre as declarações antecipadas sobre a nova fase da Lava-Jato. O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), e outros senadores informaram que vão encaminhar ainda hoje à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação pedindo que seja apurada a declaração do ministro.
aconteceu um dia depois de o ministro . De acordo com o colunista do GLOBO Ilimar Franco, sobre o uso de informações sigilosas da Lava-Jato em campanha eleitoral.
— É um escândalo o que aconteceu. Um absurdo. Quem fez o pedido de prisão, desta vez, foi a Polícia Federal, e parece que o ministro sabia antes. Depois, veio com uma desculpa que subestima a inteligência das pessoas, que não tem nada a ver — criticou Lindbergh.
Na Câmara, os deputados petistas colocam em cheque o princípio de independência entre Poder Executivo e Polícia Federal e chamam atenção para a seletividade e o uso político da Lava Jato.
“Antecipar informação privilegiada e, sobretudo, sigilosa é um ato criminoso e demonstra a interferência do Ministério da Justiça nas operações. A seletividade comprova que a Operação Lava-Jato virou instrumento de luta política contra os adversários do governo Temer”, justificam os deputados no requerimento.
— Isso está com cara de uma operação eleitoral, política. Ele falou (sobre a nova fase da Lava-Jato) num comício — afirmou Paulo Teixeira, vice-presidente do PT.
Para o deputado, Moraes deveria deixar o comando do Ministério da Justiça.
— A permanência ficou insustentável porque ele está transformando a Polícia Federal numa polícia política — acrescentou Teixeira.
A convocação precisa ser aprovada por maioria simples entre os deputados que compõe a CCJ.
Em nota, a bancada do PT na Câmara diz que o governo de Michel Temer busca “criminalizar sem provas o PT”.
“A prisão de Palocci ocorre num momento em que proliferam denúncias contra políticos do PMDB, do PSDB e de outros partidos da base de apoio ao governo golpista Temer. A Lava-Jato cala-se e nada faz contra os políticos dessas agremiações”, diz o texto.
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