O empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar indenização de R$ 30 milhões por tráfico de mulheres e exploração sexual. 

Conforme o Ministério Público do Trabalho (MPT), o empresário aliciava adolescentes e mulheres com a falsa promessa de que daria emprego para elas. Entretanto, as vítimas foram submetidas a condição análoga à escravidão, além de serem exploradas sexualmente.

De acordo com a investigação do MPT, o homem atraía as vítimas entre 16 e 21 anos, que viviam em situação de vulnerabilidade econômica e social, com a oferta de trabalho como modelo. Porém, as jovens eram incluídas em um esquema de exploração no sítio de Saul, em Boituva (SP).

No local, as moças foram obrigadas a terem relações sexuais com o empresário, enquanto ficavam sob forte violência psicológica e vigilância armada. Segundo o órgão, os abusos sexuais e psicológicos causaram “graves consequências psicológicas para as vítimas, que ainda foram contaminadas por doenças sexualmente transmissíveis”. 

As vítimas eram convidadas para eventos como modelo para tirar fotos para campanhas de biquíni ou panfletagem. Porém, as jovens eram colocadas no esquema de prostituição.

Para a Justiça, o esquema feriu “aspectos íntimos da dignidade da pessoa humana, causou transtornos irreparáveis nas vítimas e mudou definitivamente o curso da vida de cada uma delas”. Além disso, ficou comprovado que Saul “mantinha diversas mulheres em condição análoga à de escravas, contratadas para trabalho sexuais em seu favor”. 

A indenização de R$ 30 milhões deverá ser revestida para três instituições sem fins lucrativos.