O empresário Sidney de Oliveira, 71,  preso na manhã de hoje (12), na Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo, que investiga um esquema de favorecimento fiscal a empresas mediante pagamento de propina a auditores, é um dos empresários mais conhecidos do setor farmacêutico no Brasil.

Nascido em Nova Olímpia (PR) em uma família de 10 irmãos, Sidney começou a trabalhar ainda criança em farmácia, experiência que moldaria sua carreira. Em 1998, fundou a Drogavida, mas vendeu a empresa poucos anos depois. Em 2000, lançou a Ultrafarma, apostando forte no recém-implementado mercado de medicamentos genéricos.

Com campanhas publicitárias de impacto, descontos agressivos e presença constante na TV — muitas vezes atuando como garoto-propaganda —, transformou a marca em referência no setor. O sucesso foi ampliado pela entrada no comércio eletrônico e pela criação de linhas próprias de vitaminas, que carregam seu nome.

Nos anos seguintes, diversificou os negócios, lançou franquias e investiu na Ultrafarma TV, canal com programação variada e conteúdo religioso. O estilo direto e a proximidade com o público o tornaram uma figura popular.  Em 2019, enfrentou acusações de sonegação fiscal, e nesta terça-feira voltou a estampar o noticiário policial ao ser preso por suspeita de corrupção.

 Segundo a polícia, Sidney participação direta em um esquema criminoso que envolve auditores fiscais tributários de São Paulo, acusados de conceder benefícios ilegais a empresas do varejo. Em contrapartida, os servidores receberiam pagamentos mensais de propina, que, segundo indícios, eram feitos por meio de uma empresa registrada em nome da mãe de um dos fiscais. O grupo pode ter movimentado R$ 1 bilhão por meio do esquema.

A operação contra ele e os demais suspeitos está em andamento e a polícia está cumprindo mandados de busca e apreensão, e a defesa ainda não se manifestou sobre o caso.