Projeto Antifacção põe em risco combate a crimes ambientais na Amazônia, diz PF
Manaus/AM - O diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal (PF), Humberto Freire de Barros, alertou que o projeto de lei Antifacção, em tramitação na Câmara dos Deputados, poderia enfraquecer a atuação da corporação no combate a crimes ambientais ligados ao crime organizado, como o garimpo e o tráfico de drogas na Amazônia.
O texto inicial, elaborado pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP), previa que a PF só poderia realizar investigações conjuntas com forças estaduais mediante autorização formal dos governadores — medida considerada inconstitucional por especialistas, pelo governo e pela própria PF. Após críticas, Derrite recuou e alterou o artigo 11, restabelecendo a autonomia da instituição.
As declarações de Freire Barros foram dadas durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém. Ele considerou “inconcebível” que a PF dependa de autorização estadual para investigar crimes ambientais, especialmente em um momento em que o Brasil busca ampliar a cooperação internacional por meio do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCIP). Para o delegado, restringir a atuação da PF seria um retrocesso no enfrentamento ao crime organizado na região amazônica.
Criada em 2023, a Diretoria de Amazônia e Meio Ambiente da corporação tem concentrado esforços em desarticular redes de financiamento de crimes ambientais, por meio do Plano Amas e de ações de inteligência voltadas ao combate ao garimpo ilegal, à grilagem de terras e à extração de madeira
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