RIO — Leto Viana (PRB), prefeito de Cabedelo na Paraíba, seu vice-prefeito e cinco vereadores da cidade foram presos em operação da Polícia Federal (PF), a "Xeque-Mate". O objetivo era desarticular um esquema de corrupção na administração pública do local, que faz parte da região metropolitana de João Pessoa. Iniciada na manhã desta terça-feira, a "Xeque-Mate" foi conduzida pela PF em parceria com o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba.

Leto, de acordo com a PF, teria gasto milhões em imóveis com dinheiro desviado, vivendo um estilo de vida incompatível com a sua remuneração no cargo. De acordo com o G1, o grupo teria desviado ao menos R$18 milhões.

Ainda segundo o portal, o atual prefeito, que já foi vice, teria pago R$ 5 milhões para Luceninha, então prefeito de Cabedelo, para assumir o cargo.

O esquema, de aumento patrimonial, foi descoberto pela PF nas ações das principais autoridades da cidade. Um deles teria, nos últimos cinco anos, movimentado R$ 10 milhões por fora do sistema financeiro oficial.

Também foi identificado um esquema em que funcionários da prefeitura recebiam salários inflacionados (até R$ 20 mil) e repassavam os valores para os políticos de alto escalão, que ficavam com boa parte daquela remuneração.

Contando com a prisão de Leto e os outros políticos, o Tribunal de Justiça da Paraíba emitiu 11 mandados de prisão preventiva, 15 sequestros de imóveis e 36 de busca e apreensão para a operação. Além do prefeito, vice e presidente da Câmara Municipal, 85 servidores também foram alvos de afastamento cautelar de seus cargos.

De acordo com o G1, a Polícia Federal também teria um mandado de prisão para a esposa do prefeito, que seria a responsável pelos contratos fraudulentos. Roberto Santiago, empresário de João Pessoa, teve um mandado de busca e apreensão em sua casa.