PF usa scanner 3D nas investigações do incêndio do Museu Nacional
RIO — Peritos da Polícia Federal estão usando um scanner que produz imagens em 3D para investigar as causas do incêndio, no último domingo, que destruiu o Museu Nacional. O equipamento foi trazido de Brasília na bagagem de uma equipe de federais que veio para reforçar o trabalho dos agentes do Rio nas investigações. Um dos equipamentos mais modernos do mundo, ele foi usado no Brasil pela primeira vez em 2007, no acidente com o avião da TAM que deixou 199 mortos.
A PF revelou na tarde desta terça-feira que além de ser uma ferramenta importante na elaboração do laudo, o objetivo principal é registrar imagens tridimensionais da edificação, resguardando em fotografia todas as modificações na estrutura.
— Se houver, por exemplo, um desabamento ou uma mudança na estrutura da edificação, as imagens ficam registradas. O material produzido pelo equipamento também é fundamental para a conclusão do laudo — disse um policial federal.
Dois peritos de Brasília já estão no Rio, mas há previsão de um número maior ser deslocado ao estado para cumprir a função. O grupo vai trabalhar em apoio a outros especialistas do Setor de Técnico-Científico da Superintendência da PF no Rio.
Paralelamente ao trabalho dos peritos, policiais federais da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph) devem começar nesta quarta-feira a ouvir o depoimento de testemunhas. Os primeiros devem ser os seguranças que estavam no Museu Nacional na noite de domingo, quando o incêndio começou.
Com base em relatos de funcionários e seguranças, a polícia acredita que as chamas podem ter começado no segundo andar, nos setores de exposições permanentes com móveis da monarquia, arqueologia brasileira e etimologia.
O local ficava à direita de quem entrava no museu pela porta principal e estava localizado acima da casa de força, espaço que era de acesso restrito, destinado a abrigar equipamentos responsáveis pela produção de energia de toda edificação.
Em entrevista na segunda-feira, a vice-diretora do museu, Cristiana Serejo, já havia informado que o fogo teve origem naquela área.
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