PF investiga construção de sede da Petrobras na 56ª fase da Lava-Jato
SÃO PAULO — A Polícia Federal (PF ) cumpre, nesta sexta-feira, 22 mandados de prisão na 56ª fase da Operação Lava-Jato . Apelidada de "Sem Fundos", a investigação apura supostos crimes decorrupção na construção da Torre Pituba, a sede da Petrobras em Salvador, feita pelas construtorasOAS e Odebrecht , com participação do Petros , fundo de pensão dos funcionários da estatal.
Os alvos da operação são os executivos das empresas que, segundo o MPF no Paraná, se envolveram na construção do empreendimento, além de intermediadores, agentes públicos da Petrobras e então dirigentes do fundo de pensão Petros, que teriam sido beneficiados de vantagens indevidas.
Segundo os investigadores, contratos de elaboração de projeto e construção do prédio foram superfaturados e direcionados para viabilizar o pagamento de propina para funcionários da Petrobras, dirigentes do Petros e políticos entre 2009 e 2016. De acordo com a PF, "o valor de execução ficou bem acima do que deveria".
"Assim, os investigados direcionavam parte dos recursos obtidos desses valores a maior para pagamento das propinas, utilizando de artifícios para ocultar e dissimular a origem e destino desses montantes", afirma a PF.
Ao todo, devem ser cumpridos nesta sexta-feira 68 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporária, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Somadas as penas dos crimes investigados, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de fundo de pensão, lavagem de dinheiro e organização criminosa, chega-se a 50 anos de prisão.
O nome da operação, "Sem Fundo", refere-se às perdas do Petros, que, segundo a PF, parecerem revelar um “saco sem fundos”.
ASSUNTOS: Lava Jato, salvador, sede da Petrobrás, Brasil