PF faz busca e apreensão em São Paulo para investigar empresas ligadas a Romero Jucá
BRASÍLIA - A Polícia Federal deflagrou hoje (8) operação para fazer busca e apreensão em nove endereços no estado de São Paulo. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é um dos alvos da investigação, mas as buscas estão sendo realizadas em locais relacionados a empresas suspeitas de pagar propina a ele em 2012. Sete dos endereços ficam na capital paulista. A Braskem é a empresas sob investigação, conforme informaram envolvidos na operação.
Além de Jucá, outros dois senadores são investigados, segundo informa a Procuradoria Geral da República (PGR), a partir de fatos originados da delação premiada de executivos da Odebrecht, entre eles o ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht.
Em nota, a PF não citou o nome do senador nem o da Braskem. Mas informou que a operação de hoje, batizada de Armistício, "tem como objetivo investigar o recebimento de vantagem indevida por senador da República, relacionados à edição, no ano de 2012, de uma resolução do Senado que se destinava a restringir a chamada guerra fiscal nos portos brasileiros".
Segundo a PF, a propina chegaria a R$ 4 milhões e teria sido paga por "uma grande empreiteira que tinha interesse na edição do ato". As buscas foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Delação premiada
O Ministério Público Federal informou que "as medidas cautelares executadas pela Polícia Federal têm o propósito de reunir provas de crimes contra a Administração Pública e lavagem de dinheiro. Embora o esquema investigado envolva a atuação de parlamentares federais, os políticos não são alvos desta fase da operação. Três senadores estão entre os investigados no inquérito instaurado a partir de informações fornecidas por executivos da Construtora Odebrecht em acordo de colaboração premiada", diz a nota divulgada na manhã desta quinta.
O MPF informou ainda que os alvos das buscas realizadas hoje "atuaram como intermediários para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas por parte da construtora aos parlamentares investigados". Também segundo a procuradoria,"documentos que instruem a investigação revelam que os pagamentos foram feitos em espécie e se iniciaram logo após a aprovação da matéria no Senado, o que aconteceu em 24 de abril de 2012".
Na petição que enviou ao STF para pedir autorização das buscas, a procuradora-geral Raquel Dodge informou que a investigação já reuniu "indícios da prática de corrupção e lavagem de dinheiro e que as medidas solicitadas (buscas) são imprescindíveis para a coleta de provas, especialmente para esclarecer se e em que circunstâncias foi feita a transferência de dinheiro ilícito a agentes públicos".
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