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PF abre terceiro inquérito para investigar José Dirceu

Por Portal Do Holanda

16/07/2018 18h30 — em
Brasil



SÃO PAULO — A Polícia Federal informou ao juiz Sergio Moro que abriu um terceiro inquérito para investigar pagamentos indevidos feitos pela construtora Engevix ao ex-ministro José Dirceu. A investigação deve apurar novos pagamentos feitos pela empreiteira, uma das participantes do cartel da Petrobras, em benefício de Dirceu, e a existência de uma conta corrente entre o ex-ministro e o lobista Milton Pascowitch.

A investigação foi pedida em dezembro passado. O empresário Gerson Almada, da Engevix, disse ter feito pagamentos de R$ 900 mil à Entrelinha Comunicação, que prestava serviços à JD Consultoria, entre 15 de abril de 2011 a 16 de julho de 2012.

Uma segunda parte da denúncia, já aceita pelo juiz Sergio Moro, incluiu pagamentos de R$ 1,5 milhão feitos pela UTC Engenharia à JD Consultoria, a empresa de José Dirceu, entre 2013 e 2014, sem que houvesse efetiva prestação de serviços.

A denúncia foi aceita por Moro, e o andamento do processo foi suspenso por um ano, contado desde fevereiro passado. Embora tenha recebido a denúncia contra Dirceu, o juiz afirmou que não via interesse de abrir novas ações penais contra pessoas já condenadas.

"Não vislumbro com facilidade interesse do MPF no prosseguimento de mais uma ação penal contra as mesmas pessoas, a fim de obter mais uma condenação. O que é necessário é a efetivação das condenações já exaradas e não novas condenações. Por outro lado, a propositura de ações penais contra multicondenados dificulta a focalização dos trabalhos judiciais nas ações penais ainda em trâmite relativamente a pessoas ainda não julgadas. Assim, apesar do recebimento da denúncia, suspendo sucessivamente o processo por um ano, após o que analisarei o prosseguimento.

José Dirceu já foi condenado por duas vezes na Lava-Jato. Numa das ações, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a pena estabelecida pelo juiz Sergio Moro de 20 anos e 10 meses para 30 anos e nove meses de prisão. Na segunda condenação, ainda não revista pelo TRF-4, a pena foi de de 11 anos e oito meses de prisão.

Dirceu havia começado a cumprir a pena em maio passado, na penitenciária da Papuda. O tempo da pena, aumentado pelo TRF-4, porém, é alvo de recurso da defesa. Em junho passado, por três votos a um, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu soltar Dirceu depois que os ministros entenderam que a pena pode ser reduzida nas instâncias superiores – o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o próprio STF.

— É mais do mesmo, não vejo sentido nessa altura estar abrindo inquérito para apurar fatos já investigados — afirmou o advogado Roberto Podval, lembrando que Dirceu já foi condenado por valores pagos pela Engevix.


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ASSUNTOS: josé dirceu, Policia Federal, Brasil

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