Pela 1ª vez, Bolsonaro cogita se vacinar após chamar pandemia de ‘mimimi’
Para atenuar os efeitos de ter chamado de “mimimi” e frescura as implicações da pandemia da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro cogitou pela primeira vez, nesta sexta-feira (5), a possibilidade de se vacinar contra o novo coronavírus.
“No meu caso, o pessoal fica perturbando ‘tome a vacina’. O que é vacina? Não é um vírus morto? Eu já tive o vírus vivo. Então estou imunizado. Deixa outro tomar a vacina no meu lugar. Lá na frente, depois de todo mundo, se eu resolver tomar, porque no que depender de mim é voluntário, não pode obrigar ninguém a tomar vacina, eu tomarei”, disse em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
De acordo com a CNN Brasil, auxiliares próximos a Bolsonaro consideram “péssima” a fala que mais uma vez minimizou a pandemia, e querem mudar o foco do discurso presidencial para vacinas, fazendo com que ele defenda a vacinação e avalie a possibilidade de ele próprio se vacinar.
Ainda conforme a publicação, interlocutores do presidente afirmam que pesquisa que chegaram até eles apontam que a principal preocupação do brasileiro agora é a vacina, inclusive na sua base de apoio. As pesquisas também apontam um desligamento maior dos simpatizantes bolsonaristas devido aos discursos durante a pandemia.
Há ainda a preocupação de que prevaleça a narrativa de que o presidente não fez nada pelo Brasil durante a pandemia, o que pode causar um forte impacto nas eleições de 2022. Deve-se aproveitar esse redirecionamento também para “vender” a nova aposta do governo, a vacina da AstraZeneca que reagiu bem à variante P1 do coronavírus.
Segundo a CNN, lideranças do Centrão, da base aliada de Bolsonaro, dizem que não pretendem abandoná-lo apesar de saberem que ele pode se prejudicar eleitoralmente com as declarações polêmicas.
Vacinação - A faixa etária de Bolsonaro, em Brasília, só entra em processo de vacinação daqui a cerca de 40 dias, tempo em que ele deve avaliar se irá ou não se vacinar.
No Alvorada, presidente voltou a minimizar os efeitos da Covid-19 no Brasil, que nesta semana registrou recorde de mortes desde o início da pandemia em 2020. “gente lamenta as mortes, mas você tem que enfrentar o problema. Repito, lamento as mortes, mas tem que enfrentar o problema. Não tem como fugir dele, o vírus tá aí. Hoje em dia com essa historinha de ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’. E aí, alguns governadores mandando os policiais reprimirem usando, em alguns estados, com violência, o cara não tem como ganhar a vida dele. Vai ganhar como? Como é que vai levar o pão para casa? Imagine um cara casado... É comum o pobre ter três, quatro filhos, é comum. Eu sou classe média e tive 5 “.
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