Pedagogo do Cefet era CAC: 'funcionárias foram embora quando ele chegou'
O pedagogo João Antônio Miranda Tello Ramos, servidor do Cefet-RJ, e suspeito de matar a diretora Allane Pedrotti e a psicóloga Layse Pinheiro dentro da instituição antes de se matar, usou uma pistola Glock calibre 380 registrada em seu nome, segundo a polícia. Ele tinha a arma porque era CAC — colecionador, atirador desportivo e caçador, categoria que permite comprar armas e grande quantidade de munição.
A polícia investiga o caso como feminicídio, já que testemunhas afirmaram que João “não aceitava ser chefiado por mulheres” e já demonstrava comportamento agressivo com funcionárias. Colegas relataram que várias mulheres tinham medo dele: “Outras funcionárias, ao saberem que ele estava lá, foram embora”, disse a irmã de Allane, acrescentando que a direção do instituto não levou o caso a sério como deveria, deixando o homem entrar armado no local, mesmo o comportamento do funcionário já sendo motivo de preocupação para várias mulheres.
A própria diretora já havia expressado preocupação: segundo a família, Allane dizia que “vivia amedrontada” e que João era um risco para a equipe. Em 2024, ela chegou a pedir à irmã: “Se acontecer algo comigo, cuide da minha filha.”
No dia do ataque, João carregava ao menos 50 munições na mochila. Após matar as duas servidoras, ele tirou a própria vida. A família de Allane afirma que o crime poderia ter sido evitado e critica a direção por permitir que ele voltasse ao trabalho armado.
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