BRASÍLIA — Numa eleição municipal na qual estão proibidas as doações de empresas às campanhas, um grupo de partidos adotou a estratégia, desde o início do ano passado, de economizar recursos do Fundo Partidário e fazer uma gestão austera. Enquanto algumas legendas aproveitaram o fato de os recursos para o fundo terem triplicado no ano passado para aumentar despesas, outros já ficaram de olho nas eleições. E, agora, estão investindo em seus candidatos.

O DEM, segundo seu presidente, senador José Agripino (RN), juntou R$ 20 milhões para distribuir às campanhas. Os valores variaram de R$ 400 mil a R$ 1 milhão, dependendo do tempo de filiação do deputado na legenda.

— Foi uma administração franciscana, enviando aos diretórios estaduais recursos para a burocracia — disse Agripino.

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), diz que o partido destina aos diretórios estaduais verba para manutenção e pagamento de funcionários, mas economizou entre 50% e 60% do fundo. Agora, destinou R$ 700 mil para cada deputado federal e senador distribuir por sua base.

— Fizemos economia de palito — brincou o parlamentar.

Enquanto isso, os maiores partidos acabaram contribuindo menos. Os problemas vão das amarras dos estatutos, que obrigam amplos repasses aos diretórios locais, ao volume de gastos para manter estruturas que precisam preparar campanhas presidenciais.

O PSDB decidiu doar R$ 300 mil para candidatos nas capitais e deputados que disputam prefeituras e outros R$ 150 mil para que os deputados federais não candidatos ajudassem quem se lançou nas bases eleitorais. Já o tesoureiro nacional do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), afirmou que repassa a maior parte dos recursos do fundo aos estados. Por isso, a direção nacional só tem R$ 10 milhões para usar nesta campanha. O PT não divulgou o montante de recursos do fundo destinado pelo Diretório Nacional da legenda nas eleições deste ano.