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Parceira de propina da Odebrecht pagou a Teixeira e a primo de Bumlai

Por Agência O Globo

24/10/2016 17h00 — em
Brasil



SÃO PAULO. A Polícia Federal identificou dois pagamentos da DAG Construtora - fornecedora da Odebrecht e suspeita de ser uma de suas parceiras para a realização de negócios ilícitos - para duas pessoas ligadas ao ex-presidente Lula: seu advogado Roberto Teixeira e o primo de José Carlos Bumlai, Glaucos da Costamarques, dono do apartamento que o ex-presidente aluga em São Bernardo, no interior de São Paulo.

Teixeira recebeu R$ 219,6 mil e Glaucos outros R$ 800 mil, pagos em dezembro de 2010, pouco antes de Lula deixar a Presidência da República. No documento a PF lembra que os dois são envolvidos na aquisição de um terreno para o Instituto Lula, que acabou sendo rejeitado pela entidade.

“A apuração de responsabilidade criminal de Glaucos da Costamarques e Roberto Teixeira compete a outro núcleo investigativo dentro do grupo de trabalho Operação Lava-Jato, da Polícia Federal”, escreveu o delegado Felipe Pace no relatório divulgado nesta segunda-feira.

O dono da DAG Construtora é Demerval Gusmão, amigo e parceiro de negócios de Marcelo Odebrecht. A Lava-Jato reuniu elementos que mostram que a empresa era porta de saída para ocultar atividades ilícitas da empreiteira, em atuação paralela ao setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que ficou conhecido como o setor de propinas.

A DAG Construtora foi usada pela empreiteira para 3 e para comprar um prédio . A empresa também pagou pelo menos , acusado de ser operador de propinas para dirigentes do PMDB, em 2009 e 2010.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, Teixeira sustentou que os valores pagos a ele não estariam relacionados a qualquer atividade ilícita e que seriam referentes a honorários advocatícios recebidos pelo escritório.

“Mais uma vez, dando sequência ao histórico de violações a prerrogativas profissionais e de garantias fundamentais, tenta-se criminalizar atos e procedimentos naturais do exercício da profissão, como assessorar um cliente na compra e venda de bem imóvel. O exercício da advocacia não é crime, ao contrário do que tentam novamente fazer crer alguns agentes públicos”, escreveu Roberto Teixeira na nota.

O advogado afirma que assessorou o vendedor do imóvel comprado pela DAG Construtora, ligada à Odebrecht, por isso teria sido remunerado.

“Houve, nesse interregno, sugestão de aquisição pelo Instituto Cidadania, que viria a ser sucedido pelo Instituto Lula. Porém, após análise, não houve interesse na compra pelo Instituto”, afirmou o advogado. A PF sustenta que a sede seria oferecida a Lula como um presente, já que o gasto consta de planilha com conta de propina devida pela Odebrecht, localizada em e-mail de funcionário da construtora.

Por meio de sua assessoria, a DAG Construtora informou que não vai comentar o assunto. Glaucos da Costamarques não havia sido localizado até o fim da tarde desta segunda-feira.


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