Operação investiga golpe de venda de vacinas para 20 prefeituras do Brasil
Uma força-tarefa conjunta que envolve a Polícia Civil do Rio de Janeiro, de Pernambuco e TCE, deflagra na manhã desta quinta-feira (22), operação contra uma empresa que estava aplicando golpes por meio da negociação de vacinas da AstraZeneca em pelo menos 20 prefeituras em diferentes estados do Brasil.
O grupo que tinha sede em Recife (PE) se identificava como Montserrat Consultoria e dizia representar a empresa Ecosafe Solutions, na Pensilvânia (EUA). Ela afirmava ter um lote com meio bilhão de vacinas por ter patrocinado os estudos. Oito mandados de busca e apreensão são cumpridos no local. Eles tentavam realizar a venda de lotes das supostas doses, oferecendo o produto e R$ 44 cada dose.
O material foi oferecido para prefeituras como a de Duque de Caxias e Barra do Piraí, ambas no Rio de Janeiro, Goierê, no Paraná e Porto Velho, em Rondônia. Algumas delas chegaram a assinar contrato de intenção de compra destinando milhões da verba pública para a compra.
Porto Velho, por exemplo, estaria negociando a aquisição de R$ 400 mil doses e teria investido R$ 20 milhões na transação. O acordo está sob inspeção do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE) e a verba, por hora, estaria bloqueada porque só seria liberada após a confirmação de que o lote de vacinas já teria sido embarcado.
O pagamento deveria ocorrer por meio de um tipo de transação internacional onde o dinheiro iria direto para o exterior, onde seria mais difícil de repatriá-lo.
O esquema só foi descoberto após a denúncia da prefeitura de Barra do Piraí, que desconfiou dos modo como tudo era feito. A PC do Rio investiga o caso há algumas semanas, mas precisou antecipar a operação para evitar que outras prefeituras caíssem no golpe que renderia aos criminosos ao menos R$ 70 milhões.
A polícia ainda não sabe quantas prefeituras já podem ter sido lesadas, mas mais de 20 receberam propostas da empresa de consultoria. A AstraZeneca já informou que não tem doses excedentes para empresas privadas e que a empresa usada para aplicar os golpes não dispunha das vacinas.
A Operação Sine Die iniciou no Rio, mas se estende a Recife.
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