Madalena Gordiano, 46, que vivia em situação de escravidão desde os 8 anos de idade, foi liberta por auditores fiscais do trabalho e pela Polícia Federal, no fim do mês passado, após passar 38 anos reclusa em casas de uma mesma família em Patos de Minas, em Minas Gerais.

Segundo um site de notícias do Globo, a mulher vivia em condições análogas à escravidão desde os 8 anos, quando foi adotada pela professora Maria das Graças Milagres Ribeiro.

Conforme a polícia, Madalena era impedida de sair do apartamento onde dormia e tinha como principal função limpar o imóvel. Além disso, ela não tinha direito a salário, descaso ou férias.

A polícia revelou, que quando criança, Madalena batia na porta de várias casas pedindo comida. Mas em uma das portas em que bateu, acabou escutando da professora a frase: “Não vou te dar pão, você vai morar comigo”.

A mãe de Madalena, não tinha como criar nove filhos, então aceitou entregar a menina para a nova família. Adoção essa que nunca foi legalizada. Ao chegar na casa nova, Madalena foi tirada da escola, não tinha brinquedos e passou a ser impedida de sair sozinha. Ela vivia para cuidar dos filhos da professora e perdeu o contato com sua família. 

Após 24 anos trabalhando na casa, o marido da professora passou a rejeitar Madalena, que foi entregue a um dos filhos da professora, identificado por Dalton Ribeiro. O tratamento porém era o mesmo. Em sua defesa, Dalton contou que foi Madalena que quis parar de estudar. Ele também disse que Madalena não era considerada como empregada, mas sim como parte da família.

Desde que foi resgatada, Madalena vive em um abrigo para mulheres vítimas de violência. E já saiu sozinha para alguns locais. Dalton está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho, por “submeter uma pessoa a condição análoga à escravidão e por 'tráfico de pessoas'. A mãe dele, também pode ser responsabilizada pelo crime, já que o mesmo não prescreve.