O Ministério Público do Paraná (MPPR) apresentou um recurso na segunda-feira (10) solicitando o aumento da pena do ex-policial penal Jorge Guaranho, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR). A 5ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos Contra a Vida de Curitiba alega que a conduta social do réu não foi devidamente considerada na sentença, evidenciando um "desajuste social".

Na apelação, a promotoria também contesta a utilização da suposta confissão de Guaranho como fator atenuante da pena. Segundo o MPPR, o ex-policial penal confessou falsamente ter agido em legítima defesa, versão rejeitada durante o julgamento. O recurso argumenta que a alegação de legítima defesa não configura uma confissão genuína de crime, mas sim uma tentativa de justificar um ato ilícito.

A defesa de Guaranho, por sua vez, informou que irá recorrer da sentença, alegando "inconsistências" que podem levar à nulidade do julgamento. O advogado Samir Matar Assad também se manifestou sobre o recurso do MPPR, afirmando que adotará as "medidas cabíveis" para impugná-lo.

Além do pedido de aumento de pena, o MPPR apresentou um recurso em 17 de fevereiro solicitando que Jorge Guaranho seja transferido para o sistema prisional. Atualmente, o réu cumpre pena em prisão domiciliar devido a problemas de saúde. O Ministério Público argumenta que o tratamento médico necessário pode ser realizado na cadeia, contestando a alegação de que Guaranho esteja "extremamente debilitado".

O caso que resultou na condenação de Guaranho ocorreu em 9 de julho de 2022, quando Marcelo Arruda celebrava seu aniversário em uma festa temática do PT em Foz do Iguaçu. Guaranho invadiu o local aos gritos de "Bolsonaro" e "mito", ameaçou os presentes e, posteriormente, atirou em Arruda, que também estava armado e revidou. O julgamento, que durou três dias, resultou na condenação de Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum.