A queda de um avião sobre um ônibus na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, deixou um cenário de desespero na manhã desta sexta-feira (7). O motorista do coletivo, da viação Santa Brígida, não conteve as lágrimas ao tentar relatar o ocorrido. Abordado por uma mulher que aguardava no ponto no momento da tragédia, ele, ainda abalado, conseguiu dizer apenas: "Não sei o que aconteceu, só sei que salvei todo mundo."

Relatos de sobreviventes

Rafael Mendes da Silva, passageiro que estava no ônibus, contou os momentos de pânico vividos por ele e outros ocupantes.

"Estávamos seguindo o trajeto normalmente, quando ouvimos um estrondo. O motorista tentou frear, mas nada aconteceu. Em seguida, começou um incêndio. Quando olhamos para trás, vimos o avião batendo nos vidros e destruindo tudo. As portas travaram, e não conseguíamos sair," relatou.

Diante da impossibilidade de escapar pelas portas, os passageiros começaram a quebrar os vidros do ônibus. "Todos estavam desesperados, ajudando uns aos outros. Uma mulher desmaiou, e conseguimos tirá-la. Tivemos que arrancar a porta. Pulamos e nos deitamos no chão para evitar os destroços. O ônibus começou a explodir do nada," acrescentou Rafael, que, apesar de ter machucado a perna, afirmou estar bem.

O acidente

O avião havia decolado do Aeroporto Campo de Marte às 7h17 e caiu apenas um minuto depois, às 7h18, conforme registro das câmeras Smart Sampa, da Prefeitura de São Paulo.

Duas pessoas morreram no acidente: o advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, e o piloto Gustavo Carneiro Medeiros. Outras sete vítimas foram socorridas no local.