Motorista de carreta envolvido em acidente com 39 mortos dirigia sob efeito de múltiplas drogas

Exames toxicológicos confirmaram que o motorista da carreta envolvida no acidente que vitimou 39 pessoas em Teófilo Otoni (MG), no dia 21 de dezembro, estava sob o efeito de diversas drogas, incluindo cocaína, ecstasy, ansiolíticos e antidepressivos.
Arilton Bastos Alves, de 49 anos, foi preso nesta terça-feira (21) após a Polícia Civil divulgar os resultados dos exames. Segundo o delegado Talles Bittencourt, a combinação de substâncias lícitas e ilícitas teria comprometido os reflexos, a noção de profundidade e as funções mentais do motorista, contribuindo significativamente para o ocorrido.
''O alprazolam, ele é um sedativo e pode trazer inclusive sonolência. No caso da cocaína e do ecstasy, eles podem atuar como estimulantes. Eles deixam a pessoa mais alerta até certo ponto, mas também podem prejudicar a noção adequada para a direção veicular'', explicou Talles Bittencourt em coletiva de imprensa.
A investigação aponta que uma pedra se desprendeu do reboque da carreta, atingindo em cheio um ônibus de turismo. A carga transportada pelo veículo estava acima do permitido, com dois blocos de quartzito pesando mais de 68 toneladas. O motorista admitiu não ter o hábito de verificar a amarração da carga. Além disso, a polícia suspeita que o excesso de velocidade também tenha sido um fator contribuinte para a tragédia. Perícias ainda estão em andamento, mas os dados preliminares indicam que o veículo trafegava entre 95 e 97 km/h em um trecho com limite de 80 km/h.
A defesa de Arilton Bastos Alves, por sua vez, contestou a prisão preventiva e os resultados dos exames toxicológicos. Em nota, o advogado Raony Scheffer afirmou que a defesa ainda não teve acesso aos laudos e que nenhum exame poderia comprovar categoricamente o uso de drogas no momento do acidente. O advogado também questionou a acusação de excesso de velocidade, alegando que a polícia ainda não apresentou provas concretas.

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