Moraes nega devolver celular de ex-assessor acusado de vazar mensagens sobre TSE
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (29) não devolver o celular de Eduardo Tagliaferro, ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão ocorre no âmbito de uma investigação sobre o vazamento de conversas entre Moraes e servidores do TSE e STF, divulgadas pela "Folha de S.Paulo". As mensagens sugerem que Moraes pode ter usado sua posição para obter informações de maneira informal para inquéritos dos quais é relator, algo que o ministro nega, afirmando que todas as investigações seguiram os procedimentos corretos.
Tagliaferro, que prestou depoimento à Polícia Federal no dia 22 de agosto, teve seu celular apreendido após recusar entregá-lo voluntariamente. A ação foi apoiada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que defendeu a apreensão como medida necessária para identificar os responsáveis pelos vazamentos e prevenir novos atos ilícitos.
Moraes, ao manter a apreensão, destacou a importância de investigar os vazamentos, que, segundo ele, visam desestabilizar o Judiciário e insinuar práticas ilícitas por membros da Suprema Corte. O ministro também decidiu retirar o sigilo do inquérito, apontando possíveis indícios de uma organização criminosa tentando minar a independência das instituições republicanas.
Durante seu depoimento, Tagliaferro afirmou que o celular, inicialmente apreendido em um caso de violência doméstica, foi devolvido a ele com defeitos, motivo pelo qual decidiu destruí-lo. A investigação continua em andamento para esclarecer o uso do aparelho e garantir a integridade das investigações. Ministros do STF têm apoiado a atuação de Moraes, reforçando a necessidade de proteger a independência do Judiciário.
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