O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, chegou na manhã desta sexta-feira (13) à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento. Ele é investigado por supostamente tentar obter passaporte português com o objetivo de sair do país, mesmo estando proibido pela Justiça. Inicialmente, havia uma ordem de prisão contra ele, mas a defesa informou que a medida foi revogada antes de ser cumprida.

A investigação da Procuradoria-Geral da República aponta que Cid teria contado com a ajuda do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, para obter o documento. Machado foi preso nesta manhã em Recife. Segundo a PF, ele teria atuado junto ao consulado de Portugal na capital pernambucana em maio deste ano para facilitar o processo de emissão do passaporte.

A advogada de Mauro Cid, Vânia Bittencourt, confirmou que o militar e sua família possuem cidadania portuguesa e carteira de identidade do país europeu, mas negou qualquer intenção de fuga. Ela disse ainda que Cid se colocou à disposição para entregar os documentos e reafirmou que ele não tem planos de sair do Brasil sem autorização judicial.

Além dessa apuração, Mauro Cid já é réu em outra ação que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. A Polícia Federal também encontrou arquivos no celular do ex-ajudante que indicam uma solicitação de cidadania portuguesa feita ainda em janeiro de 2023.