No último sábado (15), um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) trouxe de volta ao país 135 brasileiros deportados dos Estados Unidos. Este foi o quarto voo de repatriação do ano, parte de uma operação que ganhou destaque após a intensificação das políticas de imigração do governo Trump. A aeronave fez escala em Fortaleza antes de pousar em Confins, Minas Gerais, marcando uma mudança na rota habitual para minimizar o tempo em que os deportados permanecem algemados, uma questão que gerou tensão diplomática entre os dois países.

A decisão de alterar a rota dos voos foi uma resposta direta às críticas sobre o tratamento dos brasileiros deportados. As imagens de imigrantes algemados em território nacional e relatos de maus-tratos por autoridades americanas levaram o governo brasileiro a buscar explicações e exigir mudanças no protocolo. Após um pedido de desculpas do chefe da embaixada americana, Gabriel Escobar, autoridades dos dois países se reuniram para discutir os procedimentos de repatriação. A retirada das algemas durante a escala em Fortaleza foi um dos resultados dessas negociações.

Os brasileiros repatriados receberam apoio de diversas autoridades no desembarque. Em Fortaleza, foram oferecidos os primeiros atendimentos, e em Confins, uma equipe multidisciplinar com assistentes sociais e psicólogos estava à disposição para auxiliar os deportados. O governo brasileiro informou que os repatriados recebem alimentação, água, orientações para regularizar documentos e apoio logístico para retornar às suas cidades de origem.