Lula defende avanço em acordo comercial entre Mercosul e União Europeia
Durante a 4ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, em Santa Marta, na Colômbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o Mercosul e a União Europeia concluam, na próxima reunião de dezembro, um acordo comercial “baseado em regras” e contrário ao unilateralismo. Segundo ele, a parceria pode formar um mercado de 718 milhões de pessoas e um PIB conjunto de US$ 22 trilhões, fortalecendo o comércio internacional e o equilíbrio global.
Lula também criticou as intervenções militares em países da América Latina e do Caribe, afirmando que “velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais”. Sem citar diretamente os Estados Unidos, ele disse que a região deve preservar sua condição de “zona de paz” e que “democracias não combatem o crime violando o direito internacional”.
O presidente afirmou que “a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina”, e defendeu o multilateralismo e o respeito ao direito internacional como base para a paz entre as nações. As falas ocorreram em meio à escalada de tensões entre o governo americano e a Venezuela, após ataques a embarcações no Caribe.
Em seu discurso, o presidente ainda destacou a importância da cooperação regional no combate ao crime organizado, com ações conjuntas e intercâmbio de informações para enfraquecer o financiamento das facções.
Lula também mencionou a COP30, que ocorrerá em Belém, e afirmou que a conferência será uma oportunidade para mostrar que “conservar as florestas é cuidar do futuro do planeta”. Ele defendeu a transição energética como caminho inevitável e ressaltou que a América Latina pode ser líder mundial em energia limpa.
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