O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta sexta-feira (14), que o governo prepara três novas medidas de ampliação de crédito para a população. Em discurso, Lula destacou que "dinheiro bom é na mão do povo", reforçando a importância de facilitar o acesso ao crédito para trabalhadores, pequenos empreendedores e agricultores familiares. Ele também ressaltou que o país vive um momento de crescimento, com redução do desemprego e aumento da massa salarial.

A popularidade do governo Lula sofreu quedas recentes, segundo pesquisas internas e o Datafolha, que apontou uma avaliação positiva de apenas 24%, a mais baixa de suas gestões. Ministros atribuem o desgaste a fatores como a alta do dólar no fim de 2024, a crise de confiança no Pix e o aumento da inflação, especialmente dos alimentos. No entanto, há expectativa de recuperação, com a queda do dólar, a melhora na safra agrícola e as novas políticas de crédito, que podem impactar positivamente os 32% que avaliam o governo como "regular".

Uma das principais medidas em discussão é a criação de uma nova modalidade de crédito consignado privado, sem limites para os juros cobrados. O projeto deve ser enviado ao Congresso ainda antes do Carnaval, com previsão de operação via eSocial a partir de 12 de março. Os bancos poderão oferecer o crédito inicialmente por meio de seus aplicativos, expandindo depois para outros canais. A proposta atende a uma demanda do setor bancário, mas contraria o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defendia um modelo semelhante ao consignado do INSS.

Apesar dos desafios com a queda da popularidade, de acordo com a colunista Bela Megale, do O Globo, integrantes do governo acreditam que há tempo para reverter o cenário e recuperar a popularidade. A expectativa é que as medidas de crédito, aliadas a uma possível reforma ministerial, ajudem a melhorar a percepção da gestão. Enquanto isso, Lula reforça o compromisso de ampliar o acesso ao crédito como forma de impulsionar a economia e beneficiar diretamente a população.