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Impeachment será tema de livros escritos por quem participou do processo

Por Agência O Globo

25/09/2016 3h52 — em
Brasil



BRASÍLIA — Não faltam visões pessoais sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e, também, sobre a Operação Lava-Jato. E nos próximos meses, as prateleiras das livrarias devem ficar repletas de obras de pessoas que participaram direta ou indiretamente do processo. Um dos principais aliados de Dilma, o ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante deverá se dedicar à publicação de uma obra sobre o período que antecedeu o impedimento da ex-chefe.

Ainda em fase preliminar, a ideia de Mercadante é lançá-lo no ano que vem. A ex-presidente também avalia a possibilidade de se lançar no mundo editorial, mas ainda digerindo o afastamento e atuando em campanhas municipais, o projeto está em stand by.

A primeira obra a chegar às livraria provavelmente será a do jornalista Rodrigo de Almeida, ex-secretário de Imprensa da petista. A obra prevista para novembro, descreverá o emaranhado de crises sucessivas que a ex-chefe se envolveu a partir da vitória sobre o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, em outubro de 2014.

— A certa altura, nos víamos como Sísifo: como no mito, parecia que conseguiríamos levar uma grande pedra ao topo da montanha e ser vitoriosos, mas outra crise chegava e a pedra rolava montanha abaixo — conta Almeida.

Segundo ele, não é um livro sobre os bastidores ou fofocas de dentro do Palácio do Planalto, de onde acompanhou diariamente Dilma. E, sim, um relato sobre o fim do governo da petista e como ela reagia a cada novo problema. A publicação ainda não tem um título e será lançada pela editora Leya, a mesma que publicou recentemente o livro do ex-presidente do Ipea Jessé Souza, “A radiografia do golpe — Entenda como e por que você foi enganado”.

No mesmo mês de novembro, também deve ser lançado um livro do advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, com uma compilação de textos jurídicos de vários autores. O objetivo, neste caso, é discutir as “garantias fundamentais” que, na opinião do advogado, estão sendo violadas nas apurações contra o ex-presidente na Lava-Jato.

Outro que partilhou da rotina de Dilma e que pretende lançar uma publicação é o fotojornalista Roberto Stuckert Filho, que esteve com a petista de 2010 até seu último dia no Palácio da Alvorada, registrando todas as imagens dessa trajetória.

Já anunciado para lançamento em dezembro próximo, o livro do presidente cassado da Câmara, Eduardo Cunha, contará os bastidores das negociações no Congresso e entre os partidos que levaram ao afastamento da petista. O ex-deputado já começou a escrever a obra e negocia com pelo menos quatro editoras, entre elas a gigante multinacional Amazon e a Matrix, que recentemente publicou um livro do ex-delegado Romeu Tuma Júnior.

Cunha quer manter o mistério e a “curiosidade” sobre o teor do livro. Mas, no dia de sua cassação, disse que iria registrar todos os diálogos sobre o tema. Cunha garantiu que não gravou as conversas, pois seria contra esse tipo de artifício. Na ocasião, disse que não era uma “pessoa de fazer ameaças veladas”, mas a expectativa criada é justamente em torno dos segredos que o ex-presidente da Câmara teria.


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