Foto ilustrativa

Uma funcionária de uma agência do Banco Itaú em Palmas, Tocantins, teve de trabalhar por mais três horas após sofrer um aborto espontâneo, e não receber autorização para deixar o expediente até que a tesouraria fosse fechada. Além da saúde em risco, a mulher teve de passar pelo transtorno de deixar o próprio feto guardado em uma sacola plástica até sair do trabalho.

Como se não fosse o bastante, no dia seguinte, a mulher foi até a agência para transferir a tesouraria para outro funcionário, mas teve seu direito legal de 30 dias de afastamento reduzido para apenas quatro.

Dois anos depois do ocorrido, o caso tramita na justiça, e o Ministério Público do Trabalho pede a condenação do banco por prática assédio moral coletivo organizacional, com multa de R$ 20 milhões. 

Por conta do número reduzido de bancários, o excesso de trabalho está causando danos à saúde dos funcionários, culminando em casos do tipo, disse a procuradora Mayla Mey Alberti, do MPT-TO, responsável por conduzir as investigações.  

"Os depoimentos colhidos são uníssonos e demonstram que a ré sobrecarrega seus funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho, muitas vezes não computando a integralidade das horas suplementares laboradas, contribuindo para um flagrante prejuízo à saúde física e mental dos obreiros - diz a procuradora, alegando que o banco não apresentou os documentos solicitados durante as investigações, nem respondeu às notificações enviadas nesse período", declarou.

Funcionários denunciaram as más condições de trabalho em agosto de 2013, alegando que trabalhavam em excesso, o que estaria causando problemas físicos e psicológicos nos empregados. 

"O processo não vai desfazer o que aconteceu, mas agora o banco vai pensar duas vezes antes de agir dessa forma. Foi uma atitude desumana não permitir que a funcionária procurasse atendimento médico após o aborto", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Tocantins, Crispim Batista.