Ex-presidentes do INSS são chamados a depor em CPI sobre desvio bilionário
A CPI mista do INSS aprovou nesta terça-feira (26) a convocação de dez ex-presidentes do Instituto Nacional do Seguro Social. A lista inclui gestores que comandaram a autarquia durante os governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre eles está Alessandro Stefanutto, afastado do cargo após operação da Polícia Federal apontar desvios em aposentadorias e pensões.
Também foi chamado a depor Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ele é investigado por intermediar fraudes por meio de empresas ligadas ao esquema, que segundo a Controladoria-Geral da União (CGU) e a PF podem ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões. Outro convocado é o empresário Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto de uma entidade beneficiada pelas irregularidades.
As convocações atendem a pedidos do relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e foram negociadas com a base do governo. A primeira rodada de depoimentos deve ocorrer já na próxima quinta-feira (28), quando a comissão espera ouvir o delegado da PF Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, responsável por parte das investigações. Além disso, ex-ministros da Previdência, como Carlos Lupi, foram convidados a comparecer, mas não têm obrigação legal de participar.
O colegiado também aprovou o plano de trabalho apresentado por Gaspar e uma série de requerimentos que pedem acesso a inquéritos em andamento na Polícia Federal, no STF, na CGU e na Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação busca apurar descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, que teriam sido validados por entidades sem capacidade de prestar serviços. Até o momento, a CPI já recebeu mais de 900 pedidos de convocação, incluindo de ex-presidentes da República, como Jair Bolsonaro, Dilma Rousseff, Michel Temer e Lula.
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