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Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo tem prisão decretada em operação da PF

Por Portal Do Holanda

28/09/2018 7h01 — em
Brasil


Foto: Wilson Dias

RIO — A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira a operação Cash Delivery que investiga um esquema de pagamentos indevidos de valores a agentes públicos no estado de Goiás que teria movimentado R$ 10 milhões em repasses apenas em 2014. Entre os alvos da operação está o ex-governador do estado e candidato ao Senado pelo PSDB, Marconi Perillo. Segundo fontes ligadas à investigação, o tucano teve a prisão decretada. O mandado contra ele não pode ser cumprido, no entanto, porque Perillo é candidato.

Segundo a legislação eleitoral, desde o dia 22 de setembro, nenhum dos candidatos às eleições deste ano poderá ser preso ou detido, a menos que seja flagrado cometendo crime. A chamada imunidade eleitoral de candidatos está prevista no Código Eleitoral (Lei 4.737, de 1965) e começa a valer 15 dias antes da eleição de 7 de outubro.

Os policias federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária, expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás, nas cidades de Goiânia/GO, Aparecida de Goiânia/GO, Pirenópolis/GO, Aruanã/GO, Campinas/SP e São Paulo/SP.

Entre os investigados estão empresários, agentes públicos e doleiros, que responderão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Segundo o G1, a PF ainda prendeu José Rincon, coordenador de campanha do governador José Eliton (PSDB), que disputa a reeleição. A ação da PF tem base em colaborações premiadas de executivos da Odebrecht.

Segundo a pesquisa Ibope divulgada em 21 de setembro, Perillo tem 29% das intenções de voto na disputa para o Senado. O governador José Eliton, por sua vez, aparece com 13% no levantamento para o Executivo estadual atrás de Ronaldo Caiado (DEM), que tem 47%.

No começo de setembro, o juiz Ricardo Prata, da 8ª Vara Criminal de Goiás, aceitou uma denúncia contra Marconi Perillo por corrupção passiva, envolvendo suspeitas de favorecimento à empreiteira Delta Construções no período em que esteve à frente do estado.

A denúncia foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março do ano passado, pelo então vice-procurador-geral Bonifácio Andrada, mas foi remetida para a primeira instância depois que Perillo deixou o governo, em abril, para disputar as eleições deste ano.

Na acusação, que foi retificada pelo Ministério Público do Estado, a PGR aponta que Perillo teria recebido R$ 90 mil da empreiteira entre 2011 e 2012, via empresas de fachada, para quitar suas dívidas de campanha em 2010.

O tucano, que governou o Estado de 2011 até abril deste ano, chegou a atuar como coordenador político da campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB), mas deixou o posto após a convenção nacional da sigla, em 4 de agosto.

Inicialmente, a PGR havia denunciado Carlinhos Cachoeira, Fernando Cavendish e um ex-executivo da Delta junto com Perillo. Como apenas o ex-governador possuía foro, o STJ desmembrou a acusação contra ele, que agora tramita na 1ª instância.

Na ocasião da denúncia, por meio de nota, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que defende Perillo, afirmou que o recebimento da denúncia é um ato "quase mecânico e automático".

"Nos Tribunais há uma possibilidade de discussão das denúncias e muitas vezes as Denúncias não são recebidas. O mesmo não ocorre em primeira instância. No caso concreto não há qualquer fato novo relacionado ao processo", dizia a nota, na qual o criminalista afirma ainda confiar no Judiciário e ressalta que vai prosseguir com a defesa técnica.


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