Estudo aponta que vacina Pfizer age melhor com intervalo de 8 semanas do que de 21 dias
Querendo agilizar a imunização contra a Covid-19, o Governador de São Paulo, João Dória, decidiu diminuir o intervalo da aplicação da Pfizer de oito semanas para três semanas. Entretanto, estudos científicos apontam o intervalo de oito semanas é mais eficaz do que 21 dias. Artigos científicos da British Medical Journal, da revista The Lancet e de uma publicação preprint confirmam sobre a eficácia de um maior intervalo, conforme matéria da UOL.
Em todo os estados brasileiros, o intervalo entre as doses é de 12 semanas. Em São Paulo o novo intervalo iniciou no último dia 19 de outubro.
Um artigo publicado no BMJ (British Medical Journal) apontou que o nível de anticorpos neutralizantes no sangue é cerca de 2,3 vezes maior se as doses são em um intervalo de 6 a 14 semanas em comparação a um intervalo de 3 a 4 semanas.
Já um estudo publicado no formato pré-print (ainda sem avaliação) apontou que o intervalo de 21 dias resultou em uma perda de até 99% dos anticorpos, oito meses após a segunda dose. Um intervalo maior entre as doses pode reduzir essa perda, e evitar uma dose de reforço.
A infectologista da Unicamp, Raquel Stucchi, afirma que a única justificativa para a redução de um intervalo entre as doses da Pfizer seria uma situação de descontrole da pandemia.
“Só se fosse necessário aumentar o número de pessoas vacinadas para reduzir a taxa de transmissão do vírus, mas esse não é o momento que estamos vivendo. Estamos em um momento epidemiológico que nos dá segurança de fazer a D2 no prazo de 12 semanas”, disse.
ASSUNTOS: Brasil