Diretores da Polícia Federal serão questionados em CPI sobre megaoperação no RJ
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a expansão do crime organizado no Brasil inicia sua fase de oitivas na próxima terça-feira (18), a partir das 9h. Os primeiros a depor serão o Diretor-Geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, e o Diretor de Inteligência Policial da PF, Leandro Almada da Costa. A convocação, solicitada pelo relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), visa obter um diagnóstico detalhado sobre o poder, a infiltração e o impacto econômico das facções criminosas no país.
O depoimento da cúpula da PF é considerado fundamental para a CPI compreender a atuação das organizações criminosas, especialmente sua expansão territorial e operacional, incluindo as redes de lavagem de dinheiro que financiam milícias, facções e a atuação transnacional. As informações coletadas servirão de subsídio crucial para o acompanhamento e aprimoramento do Projeto de Lei das Facções Criminosas, proposto pelo governo. O PL, atualmente em trâmite na Câmara dos Deputados, busca endurecer o combate a essas organizações, criando mecanismos mais eficazes de rastreamento financeiro e regras mais rigorosas para líderes e financiadores.
Um dos principais focos dos questionamentos será a cooperação entre as forças de segurança. Os senadores pretendem obter detalhes sobre operações de sucesso, como a "Carbono Oculto", liderada pela PF em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo. Essa operação desmantelou um grupo que utilizava fintechs e postos de gasolina para lavar dinheiro em nome da maior facção criminosa do estado de São Paulo, servindo como um exemplo da atuação integrada contra o poder financeiro do crime.
Além disso, os diretores da Polícia Federal serão questionados sobre o trabalho conjunto com a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Em pauta estará a operação policial de grande escala realizada no fim de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na morte de 121 pessoas. Os senadores buscarão esclarecimentos sobre o planejamento e a execução da ação contra a facção criminosa, visando entender a dinâmica e os desafios das intervenções em áreas de alta complexidade dominadas por essas organizações.
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