O diretor do Butantan, Dimas Covas, cobrou o presidente Jair Bolsonarto nesta terça-feira (19) para que tenha dignidade para defender a vacina Coronavac e negociar com a China a matéria-prima para continua a produção do imunizante no Brasil.

"Se a vacina agora é do Brasil, o nosso presidente tenha a dignidade de defendê-la e de solicitar, inclusive, apoio, pro seu Ministério de Relações Exteriores na conversa com o governo da China. É o que nós esperamos”, disse Dimas se referindo a falar do presidente ontem.

O país só tem seis milhões de doses prontas da Coronavac, comprados pelo governo de São Paulo e distribuídos aos estados nesta segunda-feira (18). Sem o insumo para a continuidade de produção há o temor de que as doses da vacina acabem ainda este mês.

“Então, essa demora com relação à vinda dessa matéria-prima, eu espero que fique agilizada agora com a aprovação de uso emergência pela Anvisa, porque agora é outro status, né? E pela própria incorporação da vacina ao um programa nacional de imunização”, disse Dimas durante um evento em Ribeirão Preto, em São Paulo.

O diretor do Butantan também criticou as declarações de Bolsonaro e de membros do governo contra a China, pois acredita que tais ataques podem atrapalhar as negociações. No ano passado, o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, publicou nas redes sociais uma mensagem atribuindo a culpa da pandemia à China.

“Até domingo a vacina era a inimiga número um do nosso presidente. E a China, por consequência. A vacina não valia nada porque ela era da China, tremendo a bobagem de quem não tem a menor noção. E é a vacina que vai salvar milhões de brasileiros nesse momento. Quer dizer, não vejo outra vacina, né?”, criticou o diretor.