Deputado TH Joias é preso por ligação com o Comando Vermelho no Rio
O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (MDB-RJ), foi preso em um imóvel de alto padrão na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (3) em uma ação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Civil.
Ele é investigado por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção e por atuar na negociação de armas e acessórios para o Comando Vermelho (CV).
As forças de segurança cumpriram mandados em duas operações simultâneas, uma autorizada pela Justiça Federal e outra pelo Tribunal de Justiça do Rio. Ao todo, 18 pessoas eram procuradas, e pelo menos 14 já foram presas, entre elas:
Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como liderança do Comando Vermelho; Gustavo Steel, delegado da Polícia Federal; Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, assessor de TH; Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, deputado estadual.
Um dos locais alvo de buscas foi a própria Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A Casa informou apenas que prestou apoio às autoridades. O MDB, por sua vez, anunciou a expulsão imediata do parlamentar.
Deflagrada pela Polícia Federal, a Operação Zargun cumpre 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 40 milhões em bens, por ordem do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
Segundo a investigação, o grupo chefiado por TH mantinha uma rede de corrupção que envolvia lideranças do CV, agentes públicos e políticos. A facção teria conseguido proteção institucional, acesso a informações privilegiadas e apoio logístico. O esquema incluía ainda a importação de armas do Paraguai e de equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais.
Os envolvidos devem responder por organização criminosa, tráfico internacional de drogas e armas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Operação Bandeirante
Paralelamente, a Procuradoria-Geral de Justiça do MPRJ apresentou denúncia contra TH e outros quatro suspeitos pelos crimes de associação para o tráfico e comércio ilegal de armas de uso restrito.
De acordo com a denúncia, os acusados mantinham vínculos duradouros com o Comando Vermelho, atuando em comunidades como os complexos da Maré e do Alemão, além de Parada de Lucas. O grupo teria intermediado negociações de drogas, armas e equipamentos antidrones usados para dificultar ações policiais nessas regiões.
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