Contradições levam Moraes a exigir exame pericial em Heleno para confirmar Alzheimer
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o general da reserva Augusto Heleno seja submetido a uma perícia médica completa. A decisão, proferida nesta segunda-feira (1º), visa comprovar o diagnóstico de Alzheimer apresentado pela defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foi condenado por tentativa de golpe de Estado. O laudo pericial, a ser elaborado por médicos da Polícia Federal (PF), deve ser concluído no prazo de 15 dias.
A medida foi motivada por "informações contraditórias" notadas por Moraes nos relatos fornecidos pelo próprio Heleno e por sua equipe de defesa. Logo após sua prisão, em um exame de corpo de delito realizado na quarta-feira (26), o general afirmou que convivia com o diagnóstico de demência desde 2018. No entanto, um ofício enviado pela defesa no sábado (29) apresentou uma versão distinta, alegando que os exames foram conduzidos em 2024 e que a confirmação da doença só seria obtida em janeiro de 2025. A divergência de datas e períodos levou o ministro a exigir a comprovação efetiva do quadro de "demência mista (Alzheimer e vascular)".
Para dissipar as dúvidas, o magistrado detalhou a abrangência da avaliação médica. Além da análise do histórico clínico, a perícia deverá incluir exames laboratoriais específicos, como os de função da tireoide e de níveis de vitamina B12, bem como exames neurológicos e neuropsicológicos. Moraes autorizou, ainda, a realização de exames de imagem avançados, como ressonância magnética e PET scan, se considerados essenciais pelos peritos da Polícia Federal para a verificação do estado de saúde.
A determinação de Moraes enfatiza que a equipe médica deve concentrar a avaliação na memória e nas demais funções cognitivas do general. O objetivo final é não apenas confirmar o diagnóstico de demência, mas também determinar o grau de limitação funcional que as doenças identificadas possam estar causando no ex-ministro. A conclusão da perícia será crucial para os próximos passos legais relativos à situação do condenado.
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