Cidade de GO terá nova eleição após vereadores serem cassados; entenda
Castelândia, no interior de Goiás, vive uma situação atípica em sua política local. No dia 6 de outubro, os eleitores da cidade escolheram os nove vereadores que ocuparão a Câmara Municipal pelos próximos quatro anos. Porém, em menos de cinco semanas, o município terá que voltar às urnas, no dia 10 de novembro, para eleger mais nove vereadores. Contudo, esses novos eleitos permanecerão no cargo por apenas um mês, já que a legislatura se encerra em 31 de dezembro.
A confusão começou após a cassação de cinco vereadores em abril deste ano, devido a uma fraude na cota de gênero da coligação que os elegeu em 2020. Com a anulação dos votos da chapa condenada, a Justiça determinou uma nova totalização, o que levou à posse dos suplentes. Como esses votos anulados representavam mais da metade dos votos válidos na eleição anterior, a Justiça determinou a realização de uma nova eleição suplementar.
A eleição suplementar, marcada para 10 de novembro, contará com 22 candidatos disputando as nove vagas. A posse dos eleitos ocorrerá em 29 de novembro, mas seu mandato terminará junto com a atual legislatura, em 31 de dezembro. A partir de 1º de janeiro, os vereadores eleitos no pleito ordinário de 2024 assumem seus mandatos de quatro anos.
O pleito suplementar tem gerado confusão tanto entre eleitores quanto políticos locais. De acordo com o prefeito de Castelândia, Marcos Antônio Carlos, o “Marcos da Farmácia” (MDB), a situação está difícil, com a cidade tendo que votar novamente em menos de um mês após a eleição anterior. “Está uma confusão danada. (A cidade) acabou de votar e terá uma nova eleição”, afirmou ao Estadão.
Além disso, a disputa política no município também foi acentuada pelas mudanças no Legislativo após a cassação. O MDB, que antes detinha a maioria na Câmara, perdeu o controle para o PSD, que passou a ocupar oito das nove cadeiras. Mesmo com a rixa política entre os partidos, o presidente da Câmara, Roberto Carlos de Souza, o "Roberto Preto" (MDB), conseguiu resistir à tentativa de tomada de seu cargo.
O impasse também gerou críticas sobre o calendário eleitoral. "Ficou uma coisa confusa", disse Ednaldo Andrade Miguel, o Meinha (PSD), prefeito eleito. Para ele, a proximidade entre os dois pleitos gerou um "tumulto muito grande". O advogado especialista em direito eleitoral, Fernando Neisser, explicou que a anulação dos votos de uma chapa devido a fraude na cota de gênero tem sido uma prática comum da Justiça Eleitoral. Em casos como o de Castelândia, isso leva à convocação de uma eleição suplementar.
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