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Bolsonaro ignora 4 mil mortes, ironiza título de genocida e critica medidas restritivas

Por Folha de São Paulo

06/04/2021 21h05 — em
Brasil



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ao interagir com seus apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada na noite desta terça-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou as mais de 4.000 mortes por Covid-19 das últimas 24 horas, ironizou o título de genocida usado contra ele por seus opositores e criticou medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores.

 

O vídeo de pouco mais de 13 minutos foi compartilhado por um canal de internet simpático ao presidente mostra a interação.

 

Bolsonaro criticava medidas de restrição de circulação, listando como consequências de "ficar em casa" depressão, ganho de peso e hipertensão.

 

"Tudo vai ser agravado", disse o presidente.

 

Pouco depois, uma apoiadora citou as 4.211 mortes registradas pelo consórcio de imprensa nas últimas 24 horas.

 

"Hoje, mais de 4.000 morreram aqui no Brasil. Você viu isso?", pergunta a mulher, que não é identificada nas imagens.

 

Bolsonaro não reagiu e continuou falando sobre medidas restritivas.

 

"Você vê: o povo perdendo emprego, nenhum sindicato fala nada contra isso daí."

 

A mulher insistiu. "Hoje foram mais de 4.000."

 

"Você pode ver, até um ano e pouco atrás, um policial batia num bandido. Toda a esquerda ia contra. Agora, está o cidadão de bem...", disse Bolsonaro, sem concluir a frase.

 

O presidente da República também ironizou a alcunha de genocida que seus críticos costumam usar diante da escalada de mortes no país.

 

"O pessoal entrou naquela pilha de homofóbico, racista, fascista, torturador... agora... Agora é o quê? Agora eu sou... que mata muita gente, como é que é o nome? Genocida. Agora eu sou genocida", disse sorrindo.

 

"Do que que eu não sou culpado aqui no Brasil?", indagou o presidente em outro momento da conversa.

 

Bolsonaro também fez críticas à imprensa.

 

"Eu resolvo o problema do vírus em poucos minutos. É só pagar o que os governos pagavam no passado para Globo, para Folha, Estado de S. Paulo. Agora, este dinheiro não é para a imprensa, é para outras coisas", afirmou.

 

As pessoas que conversavam com Bolsonaro também disseram que apoiariam a reeleição do presidente.

 

"Se vocês soubessem como é barra ser presidente", disse Bolsonaro, ressaltando, porém que "vamos desistir não".


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