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Auditor fiscal preso na Lava Jato tinha R$ 232 mil escondidos

Por Portal Do Holanda

22/10/2019 14h00 — em
Brasil


 Foto: Reprodução/ MPF

O auditor fiscal Marco Aurélio da Silva Canal, preso no início deste mês em uma operação da Polícia Federal, mantinha R$ 232 mil escondidos no escritório de seu tio, João Batista da Silva. No total, os agentes encontraram R$ 866 mil no local. A informação está no depoimento prestado por João no dia que foi preso. A notícia foi divulgada pela Folha de São Paulo e confirmada pelo G1.

Segundo um site de notícias do Globo, Canal foi preso no dia dois de outubro e João Batista se apresentou à Justiça dois dias depois. A ação teve apoio da Receita Federal e do Ministério Público Federal.

Marco Aurélio Canal é suspeito de chefiar um esquema de cobrança de propina de investigados pela Operação Lava Jato. Canal é supervisor de Programação da Receita na Lava Jato no Rio. De acordo com o Ministério Público, apesar do nome do cargo, ele não participava diretamente força-tarefa, mas tinha acesso ao grupo que faz as investigações e os processos.

João confirmou que parte do valor pertencia ao sobrinho e o resto era seu. O dinheiro estava escondido em resmas de papéis no escritório onde trabalhava, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os agentes também encontraram valores menores em dólares e euros, US$ 3,7 mil e € 3,9 mil, respectivamente.

“Já não fosse improvável que nos dias de hoje qualquer pessoa desejasse manter em guarda tamanho valor em espécie, os recursos estavam acondicionados em embalagens que demonstram claramente que não se tratava de dinheiro devidamente declarado, oriundo das atividades regulares e legais dos negócios dos investigados”, afirmaram os procuradores do Ministério Público Federal no pedido de prisão preventiva de João.

O advogado Fernando Martins declarou, em nota, que o patrimônio de Marco Aurélio Canal possui origem lícita, guarda conformidade com seus rendimentos auferidos como auditor fiscal e que demonstrará em juízo a impertinência de todas as medidas coercitivas impostas contra ele.

O tio de Canal revelou que o dinheiro foi entregue a ele nos últimos seis meses, através de duas remessas mensais e era usado para o pagamento de contas pessoais do auditor e de seus filhos.

As remessas mensais seriam de, em média, R$ 19,3 mil. João seria uma espécie de “banco” para o sobrinho, segundo o MPF.

“Não é crível que tio e sobrinho entenderam ser a melhor forma de pagar as contas da família, acondicionando altos valores financeiros em um escritório em Nova Iguaçu. A manutenção dos valores e a confissão de que pertenciam a Marco Aurélio Canal demonstram mais do que indícios de materialidade e coautoria do crime de lavagem de dinheiro executado pela dupla, com o auxílio de outros”, destacou o MPF.

Os R$ 633,88 mil que pertenceriam a ele, João afirmou que recebeu por conta de diversos negócios imobiliários, de administração e assessoria. E que seria comum receber em espécie quando o cliente pedia para não emitir nota.

O dinheiro estava guardado atrás de uns livros, em um armário, na sala de reunião do escritório. O MPF também não acredita que este valor seja de dinheiro lícito pois, em depoimento, João Batista não teria conseguido apontar um dos negócios nos quais recebia os valores em espécie.


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