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Arquidiocese do Rio protocola representação contra Crivella

Por Agência O Globo

27/09/2016 16h00 — em
Brasil



RIO — A Arquidiocese do Rio protocolou nesta terça-feira uma representação no Ministério Público Eleitoral contra o candidato a prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). A entidade religiosa quer proibir a veiculação da imagem do cardeal arcebispo dom Orani Tempesta na propaganda eleitoral de Crivella. Na última quinta-feira, O GLOBO informou que a campanha de Crivella havia produzido panfletos com a imagem do candidato ao lado de dom Orani, material que foi rejeitado pela Igreja Católica em pronunciamento público. A Arquidiocese acha “inaceitável” o uso da imagem do cardeal.

— A Arquidiocese já tinha feito um comunicado à imprensa dizendo que não apoia nenhum candidato, até para informar os católicos. Mesmo assim, a candidatura reincide no uso da imagem. Isso nós refutamos, não autorizamos, porque o cardeal não apoia nenhuma candidatura. Tivemos que fazer um comunicado formal, já que o candidato continua a fazer o uso da imagem na propaganda na TV — disse ao GLOBO Claudine Dutra, advogada da Arquidiocese do Rio, que esteve nesta terça-feira no Centro de Apoio Operacional das Promotorias Eleitorais, no Centro do Rio — É um clamor dos próprios católicos que estão indignados com essa situação — completou a advogada.

Na representação, a Arquidiocese diz que a conduta da campanha é “evidentemente abusiva e dotada de elevado potencial para fazer com que eleitores católicos sejam ludibriados, levados a crer que o representado desfrutaria do apoio do Cardeal e da Igreja Católica”.

No documento, a Arquidiocese diz ainda que Crivella “tem usado reiteradamente a imagem do cardeal arcebispo em diversas formas de propaganda eleitoral, como panfletos, matérias em sítios da rede mundial de computadores e até mesmo no horário eleitoral gratuito, reservado à propaganda política na TV”. E reitera que “o uso da imagem do cardeal jamais foi autorizados para fins de propaganda política”.

Dom Orani recebeu os onze candidatos a prefeito do Rio em seu escritório para ouvir as propostas para o Rio de Janeiro. Na representação, entretanto, diz que o fez “em igualdade de condições, sem manifestar apoio a qualquer um deles”. A Arquidiocese relembra que, informada sobre o uso da imagem de dom Orani na campanha, concedeu uma entrevista coletiva.

“No entanto, mesmo diante de tudo isso, o representado utilizou, na noite ontem, a imagem do cardeal no horário eleitoral gratuito. Tal atitude é inaceitável, não podendo ser compreendida como um mero mal entendido”.

Na última quinta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) informou que iria propor uma ação por propaganda irregular.

Na última sexta-feira, Crivella disse que "jamais tentou induzir o povo de que tem o apoio da Arquidiocese” e que o panfleto distribuído “não pedia voto”. O candidato afirmou que a responsabilidade pelo material distribuído era de católicos que apoiam sua candidatura. Na ocasião, o candidato negou que a impressão do material tenha sido um erro de sua campanha.

— Claro que eu cometo erros, como todos, mas esse eu não cometi, de tentar, de maneira subliminar ou maliciosa, induzir o povo de que eu tenho o apoio da Arquidiocese para ganhar voto.

Em entrevista ao GLOBO, o candidato havia dito que tinha conversado com dom Orani:

— Eu já liguei para ele ontem (quinta-feira) de manhã. Eu falei: “Dom Orani, se de alguma forma nós ofendemos o senhor, a Arquidiocese, passando qualquer ideia de que o senhor nos apoiava, e eu sei que o senhor não pode nos apoiar, nenhum outro candidato, porque não cabe à Arquidiocese apoiar ou não, eu quero me retratar aqui e te pedir desculpas. Agora, não houve a intenção. Ele disse: “Entendi, entendo”. Foi uma conversa superagradável.


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