Araújo pediu ajuda à gestão Trump na crise em Manaus, mas aviões não vieram
O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, pediu ajuda em transporte de oxigênio para Manaus, em ligação feita no dia 14 de janeiro por telefone com o então secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, da gestão de Donald Trump. No entanto, nenhuma ajuda veio. A informação é de Rubens Valente, do Uol, e consta de um ofício enviado pela Advocacia Geral da União à Justiça Federal.
O MRE informou que "identificou-se que o Chile e os Estados Unidos da América possuiriam aeronaves capazes de fazer esse transporte", sendo assim, entrou em contato com ambos os países. O Chile, no entanto, não tinha aeronave capaz de transportar oxigênio por não dispor das especificações necessárias para transportar oxigênio.
Já os EUA, "por sua vez, manifestaram prontamente a possibilidade de colaborar e, para tanto, solicitaram receber comunicação oficial do Itamaraty [sua Embaixada em Brasília (Nota Verbal), o que foi feito no mesmo dia 14 de janeiro". "o Itamaraty vem atualizando as solicitações recebidas dos Ministérios da Saúde e da Defesa". "Ao mesmo tempo, os Estados Unidos vêm analisando a ajuda que poderão enviar ao Brasil, conforme a necessidade manifestada e os meios disponíveis.". No entanto, na prática, o país nada fez pela crise de oxigênio estado brasileiro.
Trump, que deixou o cargo da presidência nesta semana para Joe Biden, era considerado por Bolsonaro um aliado.
Venezuela e China ajudam
Após pedido do governo do Amazonas a vários países, a Venezuela foi o primeiro país a ajudar o Estado, enviando cinco carretas com 197 mil m³ de oxigênio, que chegaram em Manaus no início da semana. A China anunciou nesta sexta-feira (22) a doação de 1.700 cilindros, 1.900 quilos de oxigênio, além de 300 mil máscaras e 80 mil dólares (cerca de R$ 438,4 no câmbio atual) para o Fundo de Promoção Social do Amazonas.
Demora do governo em agir
Outro ponto que chama atenção na tentativa de ajuda com outros países, é que o governo federal, mais uma vez, só agiu no dia em que a crise explodiu, com pessoas morrendo sem oxigênio nos hospitais de Manaus. A escassez de oxigênio já havia sido informada às autoridades federais desde o dia 8 de janeiro, tendo uma semana para impedir que faltasse oxigênio.
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