Alta de combustíveis leva Temer a se reunir com comando da Petrobras
BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o presidente Michel Temer decidiu analisar a situação da alta do preço dos combustíveis para ver se é possível ter "previsibilidade" na fixação do preço. Padilha não quis falar sobre a proposta de redução de impostos, como PIS/Cofins, acrescentando que Temer se reunirá com dirigentes da Petrobras nesta terça-feira para tratar do assunto. O governo quer encontrar uma forma de a Petrobras não repassar tão imediatamente a alta no mercado internacional ao consumidor interno.
- O presidente mostrou-se preocupado com o aumento constante no preço dos combustíveis e gostaria de ver isso resolvido de forma mais palatável por parte dos cidadãos, dos caminhoneiros, dos usuários. O que vamos tentar agora é ver se encontramos um ponto em que se possa ter um pouco mais de controle. O presidente manifestou interesse em rever a situação e ver se temos condições de fazer com que o preço seja previsível. O preço é internacional, a Petrobras trabalha com preços internacionais, apenas vamos ver se conseguimos trabalhar com uma variação não tão contumaz quanto está acontecendo, porque ela é praticamente diária. Temos que dar uma atenção sim e vamos ter algo a dizer com os caminhoneiros - disse Padilha.
O governo está dividido sobre uma eventual redução da carga tributária sobre combustíveis. Enquanto a ala política insiste que é preciso aliviar o bolso dos consumidores em ano eleitoral, a equipe econômica resiste alegando que não há espaço para esse tipo de medida num momento em que as contas públicas ainda patinam. O tema foi discutido durante reunião convocada por Temer para discutir o assunto.
O entorno do presidente Michel Temer alega que há espaço para mexer em tributos porque apesar de a economia estar crescendo menos, a arrecadação manteve seu bom desempenho. Um dos motivos foi justamente a alta dos preços do petróleo, o que ajudou e reforçar a arrecadação de royalties. Somente entre janeiro e março, esse recolhimento ficou em R$ 10,6 bilhões, o que representa um crescimento de quase 32% sobre o ano passado.
Um dos motivos pelos quais o preço dos combustíveis tem variado muito é justamente a política de reajuste implementada pela Petrobras. Os valores acompanham a cotação do petróleo no mercado internacional diariamente. E como a Petrobras não aceita rever esse formato, uma redução nos preços dos combustíveis teria que vir da queda de impostos, como PIS/Cofins e Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). O presidente da Petrobras, Pedro Parente, não participou da reunião no Planalto.
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