A aliança entre as duas maiores facções criminosas do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), foi confirmada pelos setores de inteligência das Secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária (Seap). A confirmação ocorreu após dados produzidos nas últimas semanas serem validados, especialmente quando 37 presos do PCC pediram transferência para presídios onde estão detidos membros do CV no Rio de Janeiro.

Desde o dia 11 de fevereiro, começaram a circular comunicados nas redes sociais pedindo o fim das disputas entre as facções. Em um desses comunicados, datado de 25 de fevereiro de 2025, as duas organizações anunciaram a cessação da guerra, reforçando a assinatura de um pacto de paz. "O que mais pesou foi o bem maior que se chama vida", afirmaram, destacando o restabelecimento de uma aliança baseada em princípios como paz, justiça, liberdade e fraternidade.

A reaproximação entre o PCC e o CV, depois de nove anos de confrontos violentos, foi impulsionada pela crise no controle das rotas de tráfico de drogas. O ponto de ruptura ocorreu em 2016, com a morte do traficante Jorge Rafaat, que levou à intensificação da violência entre as facções, especialmente nas cadeias da região Norte do Brasil. O recente pedido de transferência dos presos é visto como uma confirmação do acordo, que marca o fim de uma década de disputas sangrentas.