Em jogo de altos e baixos, Botafogo derrota o Vasco em São Januário
Ter a bola é o único caminho para o gol. Alguns times preferem trabalhá-la por mais tempo. Outros, sabem ser letais ficando pouco com ela. Para os que escolhem o primeiro caminho, é preciso ter coordenação de movimentos e material humano de qualidade. No Vasco, faltam as duas coisas. Por isso, o time é presa fácil para os adversários que se especializaram em criar atalhos — caso do Botafogo, que venceu o clássico deste sábado, em São Januário, por 2 a 1.
Não há como responsabilizar o técnico Zé Ricardo pela falta de qualidade do seu elenco. Tampouco é possível ignorar os muitos desfalques, por lesão ou suspensão, que dificultam seu trabalho. Mas cabe questionar até que ponto permitirá que seu time sofra, especialmente, com a fragilidade no momento defensivo.
A perspicácia para encontrar caminhos, aliás, foi a grande virtude de Alberto Valentim, ontem. Ao perceber que as laterais do Vasco estavam expostas, orientou o seu time a avançar por ali. E foi recompensado duplamente: aos 4 minutos, Jean aproveitou a desatenção de Fabrício para deixar Kieza na boa; já aos 34, uma cobrança de falta de Leo Valencia encontrou Igor Rabello no alto. Com os dois gols de ontem, o Vasco chegou a 52 sofridos na temporada, mais do que qualquer outro clube da Série A.
VANTAGEM ADMINISTRADA
É possível atribuir à fragilidade na marcação esta derrota. Mas talvez fosse possível sair de São Januário com os três pontos se o Vasco soubesse o que fazer quando está no campo de ataque. Aos 25 da primeira etapa, a posse de bola do time chegava aos 72%. Mas um lance no minuto seguinte parece simbólico: dentro da área, Giovanni Augusto preferiu pedir pênalti de Joel Carli em vez de tentar bater para o gol. O juiz não embarcou.
O Botafogo, que também não goza de um elenco dos mais virtuosos, ao menos se provou um bom oportunista. Dinamitou a confiança do adversário com uma marcação aplicada e construiu a vantagem. Depois do intervalo, até correu riscos, em parte graças a um aparente desgaste físico. Num lance de muita felicidade, Andrey acertou um chute de longe, e Jefferson aceitou.
— Estamos procurando um equilíbrio. Fazemos jogos bons e, na rodada seguinte, um jogo muito abaixo. O primeiro tempo é para esquecer. No segundo, foi outra postura — analisou o Yago Pikachu.
Após o apito final, a polícia precisou conter uma briga entre torcedores do Vasco.
Com a vitória, o Botafogo ultrapassou o rival e chegou aos 12 pontos no Brasileiro. Na quarta-feira, o time receberá o Ceará, no Nilton Santos. No mesmo dia, o Vasco, que estacionou nos 11, visitará o Cruzeiro no Mineirão.
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