Com o objetivo de conhecer de perto a real situação do interior do estado do Amazonas, o deputado José Ricardo (PT) visitou neste final de semana o município de Borba, localizado no rio Madeira, a 208 quilômetros de Manaus. Além da visita à feira do produtor e entrevistas na rádio local, o parlamentar fiscalizou o hospital, a delegacia e o posto da Polícia Militar do Amazonas no município. Ele também realizou caminhadas pelas principais ruas da cidade para ouvir da população as principais demandas da cidade.

Durante a visita, o deputado constatou que o município tem um grande potencial turístico, que contribuirá para geração de emprego e renda das famílias de Borba, no entanto faltam investimentos neste setor e na área de produção agrícola e pesqueira por parte do Governo do Estado.

Conversando com a população, entre comerciantes, compradores e demais moradores, durante caminhadas pelas ruas do município, José Ricardo constatou que além da falta de geração de emprego e renda e a preocupação com atendimento à saúde, o problema que mais atinge as famílias são as constantes faltas de energia, que duram um longo período, prejudicando o comércio, o abastecimento de água da cidade e o acesso à internet. “Precisamos investigar sobre esse problema.

Já na fiscalização à delegacia de Borba, José Ricardo viu que o prédio da única delegacia, que também serve de presídio masculino, feminino e para menores de idade, está precário e em muitos ambientes a estrutura foi improvisada pelos funcionários na tentativa de dar maior segurança. Atualmente existem 21 presos, entre provisórios e condenados que se dividem em 2 celas de aproximadamente 12m². Alguns já fugiram pois os banhos de sol, por falta de espaço, são feitos na parte externa da delegacia, que não tem muro. Nos finais de semana não há expediente, pois falta efetivo para atender a população. A estrutura de trabalho também é precária. Faltam computadores, impressoras, máquinas fotográficas dentre outros. A manutenção da delegacia é feita por um detento e é ele mesmo quem faz os telefonemas necessários da delegacia, com seu próprio celular.

“A segurança Pública de Borba pede socorro. É um absurdo a falta de interesse do Governo do Estado com um área tão importante para um cidade. Mas não podemos deixar continuar assim. Ouvi relatos de que em alguns dias os próprio detentos faziam o atendimento. Por isso, vou enviar um relatório para Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP/AM) pedindo providências na solução dos problemas elencados. Vou acompanhar de perto essa situação”, declarou o deputado.

Dos principais problemas encontrados pelo parlamentar no único hospital de Borba, o Vó Mundoca, foram a falta de vários tipos de medicamentos básicos, que está atingindo a população que necessita de remédios para tratar doenças; a falta de materiais para o atendimento básico da população, como exemplo, a realização do exames de medição de taxa de glicose; a existência de apenas uma ambulância para atender mais de 40 mil pessoas que moram no município e, principalmente, a falta de profissionais de saúde, como: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e também de serviços gerais.

Para José Ricardo, o governo precisa chamar os concursado e realizar mais concursos público para sanar parte do problema da saúde do Estado. “Há anos venho cobrando a convocação dos concursados da Susam e defendendo a realização de concursos públicos quando necessários, porque vimos que em Borba, e deve ocorrer também em outros municípios, todos os aprovados no último concurso já foram chamado três técnicos de enfermagem e uma enfermeira, no entanto não é suficiente para atender a demanda do município, pois somente quatro vagas forma ofertadas no último concurso”, afirmou o deputado.  

            Ele também fiscalizou a 9° Companhia da Polícia Militar (9° CIPM), do município, e viu que o posto só tem uma viatura e algumas motos que estão funcionando. Para o atendimento da área ribeirinha, está faltando estrutura, pois a única lancha da companhia não está funcionando por falta de manutenção. De acordo com os policiais de plantão, o maior problema é a falta de efetivo para atender de forma ideal a cidade. Eles também se queixam da falta de promoção e auxílio moradia que há 13 anos não são reajustado. “Já venho defendendo na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) o reajuste desse benefício, pois R$ 300 para moradia é muito pouco, não dá para alugar uma casa que comporte o policial e sua família que deixam seus locais de origem para trabalhar no    interior do estado. Enquanto isso, juízes e promotores recebem auxílio moradia no valor de mais de R$ 4 mil, onde muitos deles nem precisam, pois não foram deslocados para outras cidades, permanecendo no seu lugar de origem”, destacou.

Os resultados dessa visita de fiscalização serão encaminhados aos órgãos competentes e servirão de subsídios na criação de emendas e nos debates ao orçamento do estado, que acontece apartar do mês de outubro.