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Chaveiro que arrombou cofre diz que ex-mulher atribui furto a Bolsonaro

Por Portal Do Holanda

29/09/2018 7h12 — em
Política



RIO —No fim de outubro de 2007, o chaveiro Jalmir Araújo de Azevedo recebeu um telefonema. Deveria socorrer uma cliente na agência do Banco do Brasil da Rua Senador Dantas, no centro do Rio. A cliente, a advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, não conseguia abrir seu cofre com a chave de que dispunha. Quando Jalmir concluiu o serviço, a surpresa foi geral: o cofre estava vazio.

Segundo o chaveiro, a advogada creditou o sumiço de seus pertences — R$ 200 mil em espécie, 600 mil reais em joias e US$ 30 mil, conforme revelou em depoimento na 5ª DP (Mem de Sá), em 26 de outubro de 2007 — a Bolsonaro. A informação foi primeiramente revelada pela revista “Veja”.

— Quando viu que não tinha nada lá, a mulher do Jair Bolsonaro disse que foi roubada e chamou todo mundo de ladrão. Ela endoideceu e começou a gritar que o ex-marido, mancomunado com o Banco do Brasil, foi lá e tirou tudo dela — diz Jalmir.

Recuperando-se de chikungunya, o chaveiro foi encontrado pelo GLOBO em sua casa em São Gonçalo, no Grande Rio. Ele conta que foi o responsável pela instalação e manutenção de 2.224 cofres abrigados no 6º andar do prédio do banco no centro do Rio. Jalmir reclama que até hoje não foi pago pelo serviço, que segundo ele teria custado, à época, R$ 300.

— Abri o cofre dela e ela não me pagou. Até hoje não recebi. Teria que me pagar, mas fez um escarcéu e foi embora.

Jalmir conta que , em duas ocasiões, viu Bolsonaro dentro da sala dos cofres ou de saída do prédio.

O serviço de armazenamento de pertences na agência bancária foi contratado por Ana Cristina em 2005, de acordo com uma ação de indenização por danos morais que ela moveu contra o banco em 2009. Na ação, julgada improcedente, a juíza Lindalva Soares Silva, da 11ª Vara Cível, ressaltou que “em momento algum a autora especificou nos autos quais eram os pertences lá guardados”.

O cofre só pode ser aberto com uso simultâneo de duas chaves, uma delas em poder do banco, a outra com o locatário. Na ocasião em que arrombou o cofre, o chaveiro constatou que a chave da ex-mulher de Bolsonaro não correspondia ao cofre 2140, do qual ela era locatária.

NEGATIVA EM DEPOIMENTO

Em depoimento à Polícia Civil, Gelson Gomes da Silva, responsável por dar acesso aos titulares dos cofres na agência, afirmou que ao perceber que não havia nada dentro da caixa metálica, Ana disse que isso seria “coisa de seu ex-marido”.

Em seu depoimento à polícia, contudo, Ana Cristina não atribuiu o suposto furto a Bolsonaro.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Bolsonaro, ex-mulher, furto, Política

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