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Wilson Lima ainda não aprendeu a governar


Por Raimundo de Holanda

14/09/2020 19h46 — em
Bastidores da Política



O governador do Amazonas, Wilson Lima, deve anunciar nesta terça o nome do procurador geral de justiça, 15 dias depois de receber a lista tríplice encaminhada pelo Ministério Público. Não será Leda Mara, a atual procuradora e a mais votada. O nome do segundo colocado figura no decreto que ainda será enviado ao Diário  Oficial.  Não é uma escolha do governador, como sempre a reboque de outros interesses, mas a nomeação do novo procurador é prerrogativa dele. 

A demora na divulgação do nome foi proposital e teve o mérito (ou demérito) de construir uma blindagem fora  do guarda-chuva local, capaz de evitar que a onda avassaladora contra governadores acusados de traquinagem colocasse em risco o seu mandato. 

O episódio revela que o menino Wilson é ingênuo, que ninguém vai comprometer a própria biografia para escrever a dele, sem as tintas vermelhas  colocadas sobre o papel pelos órgãos de controle.

Que sua imagem arranhou. Colar nela, além de corrosivo, é radioativo. 

Se Wilson demorou um ano e 9 meses para perceber que foi eleito e que seu papel era governar, não deu-se conta do tempo perdido, do massivo desgaste de sua imagem e da solidão que vive hoje.

Nem mesmo aqueles que o bajulam dentro do gabinete por apoio político ou financeiro para as campanhas deste ano o querem do seu lado.  Atuam como se fossem namorados que juram fidelidade entre quatro paredes, mas lá fora falam da falta de apetite sexual do amante, ou juram que nunca dormiram com ele,  ou se locupletaram com seus presentes.

Triste fim de uma promessa...

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.