Tudo o que o Brasil não deseja é a repetição de uma tragédia
As manifestações programadas para 7 de Setembro preocupam - menos pela eventual participação da sociedade em defesa do presidente do Brasil, e mais, muito mais, porque Bolsonaro aposta no vale tudo. A frase: “só tem três alternativas para meu futuro - ”ser preso", que ele descarta - "ser morto ou a vitória”, pode conter não mera conjectura, mas a intenção deliberada de se expor a riscos que poderiam, em tese, torná-lo mártir ou de novo a grande vítima de uma trama urdida contra o ”país” que ele deseja mudar.
Tudo o que o Brasil não quer é isso.: a ocorrência de um fato dramático, provocado por qualquer lunático - e há muitos por aí - que atinja a integridade física de Bolsonaro, um estopim para incendiar a sociedade e colocar em xeque as instituições.
A segurança pessoal do presidente deve ser reforçada, inclusive, se necessário, contra sua vontade.
Se Bolsonaro deseja fazer uma festa no 7 de Setembro, defender suas ideias, por mais retrógradas que sejam, a democracia lhe confere esse direito. Mas não pode deixar-se imolar para encerrar o dia como mártir ou vítima.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.